Palestinos em mesquita destruída: acordo prevê que negociações indiretas continuem (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2014 às 14h50.
Cairo - O governo do Egito anunciou nesta terça-feira que o cessar-fogo estipulado entre as delegações de Israel e Palestina em negociações no Cairo entrou em vigor às 16h GMT (13h de Brasília).
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores egípcio disse que, para "preservar as vidas dos palestinos e parar o derramamento de sangue, o Egito pediu às partes envolvidas para que estabeleçam um cessar-fogo completo e recíproco".
Em paralelo ao fim das hostilidades, o acordo estipula também a abertura das passagens fronteiriças entre Gaza e Israel de modo que permita a aceleração da chegada de ajuda humanitária e do material para a reconstrução da Faixa.
O pacto também permite que os pescadores palestinos possam trabalhar em um raio de seis milhas em torno de seu litoral.
Além disso, o acordo prevê que as negociações indiretas entre as duas partes sobre o restante dos assuntos pendentes continuem dentro de um mês, após o estabelecimento do cessar-fogo.
O Egito "reafirma seu compromisso com as aspirações do povo palestino e com sua liderança" e acrescenta que deseja o estabelecimento de um Estado palestino independente que garanta a paz na região.
Além disso, o país elogiou os "esforços realizados pelos Estados Unidos e seu papel neste contexto".
Segundo o comunicado, o novo pacto está baseado na iniciativa proposta pelo Egito e nos acordos de cessar-fogo do Cairo de 2012, que puseram fim à última operação israelense em Gaza, "Pilar Defensivo".
Aqueles acordos, além de exigir o fim das hostilidades, incluíam a abertura das fronteiras de Gaza com Israel e a facilitação da passagem de pessoas e bens nos postos de acesso à região. Eles também contemplavam o "livre movimento dos pescadores e o aumento da zona de pesca" que é controlada pela Marinha israelense em torno de Gaza, então limitada a três milhas marítimas.
O embaixador palestino no Cairo, Jamal al Shubaki, confirmou à Efe por telefone que "o acordo estabelece um cessar-fogo permanente" e que está baseado nos acordos de 2012.