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Economia chinesa perde fôlego e Pequim deve estimular consumo interno, afirma FMI

FMI recomenda maior estímulo ao consumo interno na China para sustentar crescimento econômico

China: FMI recomenda estímulo ao consumo interno para impulsionar crescimento econômico (Wikimedia Commons)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 15h33.

A China deve intensificar medidas para reforçar a demanda interna, especialmente incentivando empresas e famílias a gastarem parte das suas poupanças acumuladas. Essa é a recomendação do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, como forma de acelerar uma economia que está perdendo força.

“O país precisa encontrar novas maneiras de fomentar um crescimento sustentável por meio da demanda interna”, afirmou Gourinchas em entrevista à AFP. Ele destacou os "níveis muito altos de poupança, tanto de famílias quanto de empresas", que poderiam ser utilizados para impulsionar o consumo.

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Proteções sociais e consumo

Em um contexto onde os sistemas de aposentadoria e saúde ainda são pouco desenvolvidos, os chineses adotaram o hábito de poupar mais como forma de precaução, em detrimento do consumo. Gourinchas explicou: “As proteções sociais não estão suficientemente desenvolvidas, portanto, as pessoas precisam se virar. Se o governo melhorar isso, poderia trazer tranquilidade às famílias e permitir um aumento no gasto, ajudando a sustentar o crescimento a médio prazo na China”.

Essa questão é crucial para a economia mundial, que apresenta uma tendência de crescimento mais fraco do que na última década. Em 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) global deve crescer 3,2% em relação a 2024, mesmo índice previsto para este ano, comparado ao crescimento médio anual de 3,5% registrado na década passada. [Grifar]A desaceleração chinesa, somada à de outras economias emergentes como a Índia, pode acentuar essa tendência global.

Previsões do FMI e perspectiva global

O FMI prevê um crescimento de 7% para a China em 2024, com uma desaceleração para 6,5% em 2025, após um crescimento de mais de 8% registrado em 2023.

Enquanto isso, a Rússia também enfrenta uma desaceleração após superar expectativas por dois anos consecutivos, mesmo em meio ao conflito com a Ucrânia. “Nossas previsões sempre indicaram uma desaceleração em algum momento. Esperávamos que ocorresse antes, mas agora é projetada para 2025”, afirmou Gourinchas, destacando a pressão sobre os preços no país.

Já nos Estados Unidos, a situação é mais positiva. Com uma produtividade em alta e aumento da mão de obra, impulsionado pela imigração, a economia americana se aproxima de um "pouso suave", ou seja, controle da inflação sem uma recessão iminente. [Grifar]“A inflação está se aproximando das metas dos bancos centrais. A menos que haja uma surpresa, devemos terminar com a inflação este ano”, concluiu Gourinchas.

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