Mundo

Duterte quer pena máxima a assassinos de empresário sul-coreano

O empresário Jee Ick-joo foi morto em outubro do ano passado quando estava preso em um quartel-general da Polícia Nacional do país

Rodrigo Duterte: caso provocou uma grande polêmica ao revelar um clima de impunidade (Erik De Castro/Reuters)

Rodrigo Duterte: caso provocou uma grande polêmica ao revelar um clima de impunidade (Erik De Castro/Reuters)

E

EFE

Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 11h14.

Manila - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, prometeu nesta quinta-feira pena máxima para os assassinos de um empresário sul-coreano que morreu quando estava preso em um quartel-general da Polícia Nacional do país.

As autoridades prenderam dois policiais como suspeitos pelo crime. Eles fariam parte de um grupo de pelo menos oito pessoas que planejavam extorquir dinheiro da vítima, amparado pela campanha contra drogas de Duterte.

"Posso garantir que já conhecemos os responsáveis. Eles irão para a prisão e eu me encarregarei de que recebam a pena máxima", disse o presidente em um discurso durante a inauguração de uma usina térmica construída pela empresa sul-coreana na ilha de Mindanao.

Apesar da Constituição das Filipinas proibir a pena de morte, o Legislativo é autorizado a estabelecê-la em determinadas circunstâncias. Por isso, ela foi aplicada entre 1999 até 2006, quando a então presidente Gloria Macapagal-Arroyo aprovou uma moratória que segue em vigor.

"Policiais filhos d..., vocês não vão se livrar dessa. Vocês vão sofrer. Talvez envie a cabeça de vocês para a Coreia do Sul", afirmou Duterte em mais um de seus frequentes momentos de fúria em discurso, de acordo com a imprensa local.

O líder pediu perdão aos investidores sul-coreanos presentes no evento pela morte do compatriota, o empresário Jee Ick-joo.

Em outubro do ano passado, dois indivíduos prenderam o sul-coreano e uma empregada doméstica que trabalhava do imóvel, que fica na cidade de Angeles, em uma suposta operação antidrogas.

Ambos foram levados a Campo Crame, o quartel-general da Polícia Nacional. A empregada doméstica foi libertada, mas o empresário morreu estrangulado no mesmo dia, de acordo com as investigações.

A viúva de Ick-joo, Choi Kyung-jin, disse que, dias depois, um homem se apresentou como sequestrador e exigiu 8 milhões de pesos (US$ 160 mil) para libertar o marido. Os sequestrados voltaram a ligar no fim de outubro pra exigir outros US$ 100 mil.

O Senado das Filipinas começou hoje uma investigação para esclarecer a morte do empresário.

O caso provocou uma grande polêmica ao revelar o clima de impunidade com o qual a polícia cumpre a campanha antidrogas de Duterte e ameaça deteriorar as relações com Coreia do Sul, país que faz grandes investimentos e garante um fluxo constante de turistas para as Filipinas.

Duterte cumpriu uma promessa eleitoral no mesmo dia posse, no dia 30 de junho, e lançou uma campanha nacional contra as drogas que causou mais de 7 mil mortes.

Do total, 2.527 pessoas foram mortas em operações policiais. As demais acabaram vítimas de grupos civis que resolveram fazer justiça com as próprias mãos.

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosFilipinasPena de morte

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua