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Duterte diz estar "muito ocupado" em resposta a convite de Trump

Após ser convidado para visitar a Casa Branca, o presidente filipino disse que não pode "fazer nenhuma promessa definitiva"

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte (Erik De Castro/Reuters)
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EFE

Publicado em 2 de maio de 2017 às 09h24.

Manila - O presidente das Filipinas , Rodrigo Duterte, não confirmou se aceitará o convite de seu homólogo americano, Donald Trump , para visitar a Casa Branca, num momento em que Manila prioriza suas relações com a China.

"Estou muito ocupado, não posso fazer nenhuma promessa definitiva. Tenho planos de ir à Rússia, a Israel...", afirmou Duterte durante uma visita na noite desta segunda-feira a uma flotilha de navios chineses em Davao, em declarações divulgadas nesta terça-feira pelas televisões locais.

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Trump convidou no domingo o presidente filipino a visitar a Casa Branca "para debater a importante aliança entre ambos os países", informou o Escritório Presidencial de Washington, após os dois terem uma "amistosa" conversa por telefone.

O governo dos Estados Unidos assegurou que procura apoio dos países da Ásia Oriental para isolar ainda mais a Coreia do Norte em um momento de tensão pelos testes de mísseis e os avanços no programa nuclear do regime de Kim Jong-un.

Duterte, que em setembro chamou de "filho da p..." o antecessor de Trump, Barack Obama, por criticar sua polêmica "guerra contra as drogas", mudou o rumo da política exterior das Filipinas desde sua chegada ao poder, em junho do ano passado, com um afastamento de Washington - seu aliado tradicional - e uma aproximação a Pequim.

Em suas declarações de ontem, o presidente filipino inclusive apresentou a possibilidade de realizar manobras militares conjuntas com a China ao oeste da ilha de Mindanao, uma conflituosa região onde há a presença de piratas e grupos terroristas islâmicos.

Três navios de guerra chineses concluem hoje uma visita de três dias à cidade portuária filipina de Davao, em uma tentativa de Pequim e Manila de estreitar seus laços em defesa, apesar da disputa territorial nas ilhas Spratly.

Os dois países disputam a soberania de uma parte das ilhas, em um conflito que se agravou em 2012, quando a China tomou o controle do atol de Scarborough, zona de tarefa tradicional de pescadores filipinos, também no Mar do Sul da China.

O Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu em favor de Manila nesta disputa em julho, mas Rodrigo Duterte optou por ignorar a sentença e reiniciar o diálogo bilateral para dar prioridade à cooperação econômica com o gigante asiático.

O presidente filipino visitou seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Pequim em outubro do ano passado, e desde então os dois países estreitaram suas relações e firmaram vários acordos de cooperação.

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