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Doentes são executados em hospitais do Sudão do Sul

Na guerra civil em que o país se encontra, pacientes internados foram executados, segundo a ONG Médicos sem Fronteiras

Forças Armadas sudanesas: ao menos 58 pessoas morreram em 4 hospitais, diz MSF (AFP)

Forças Armadas sudanesas: ao menos 58 pessoas morreram em 4 hospitais, diz MSF (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 10h42.

Juba - A violência alcançou no Sudão do Sul níveis assustadores, que não eram vistos em décadas neste país em guerra civil, onde pacientes internados foram executados, afirmou nesta terça-feira a ONG Médicos sem Fronteiras (MSF).

"O conflito registrou, em alguns momentos, níveis assustadores de violência, principalmente contra as infraestruturas de saúde", declarou Raphael Gorgeu, responsável pela ONG no país.

"Mataram pacientes acamados e várias unidades de atendimento médico ficaram completamente destruídas pelas chamas. Estes ataques têm consequências consideráveis para centenas de milhares de pessoas", afirmou a MSF em um relatório.

Milhares ou inclusive dezenas de milhares de pessoas morreram e mais de 1,5 milhão foram deslocadas desde o início da guerra, em meados de dezembro de 2013, no Estado mais jovem do mundo.

Segundo a MSF, ao menos 58 pessoas morreram em quatro hospitais nos últimos meses.

"A violência cometida contra os feridos e os doentes, contra os que buscam um refúgio nos hospitais e contra as próprias infraestruturas médicas, não são apenas violações das leis internacionais e dos princípios humanitários, mas uma afronta à dignidade humana", afirmou a organização.

A situação nunca foi tão grave, nem mesmo durante as duas décadas de guerra que levaram em 2011 à independência do Sudão do Sul, afirmou.

O exército leal ao presidente Salva Kiir e as tropas do chefe rebelde Riek Machar se enfrentam há meses no país, que, segundo as agências humanitárias, encontra-se à beira da fome.

A cólera já provocou meia centena de mortos.

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