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Dirceu diz que imprensa poupa DEM no caso Cachoeira

Ex-ministro do governo Lula diz que a imprensa poupou o senador Demóstenes Torres, que está sem partido

Em outro comentário sobre o caso, Dirceu saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (Wilson Dias/ABr)

Em outro comentário sobre o caso, Dirceu saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 18h07.

São Paulo - Réu no processo do Mensalão, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu acusou a imprensa de tentar poupar o DEM das "ações de sua maior estrela", o senador Demóstenes Torres (GO). Demóstenes deixou a legenda na última semana após as denúncias de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira."(É) preciso agir já, antes que abafem o caso Demóstenes", defendeu Dirceu em seu blog.

Ao citar um artigo publicado no site do PT e assinado pelo secretário-geral, Elói Pietá, o ex-ministro diz que a imprensa provoca "o abafamento do caso que envolve o velho partido que já se chamou PFL, PDS, ARENA, UDN..."

Em outro comentário sobre o caso, Dirceu saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo Dirceu, a imprensa tenta envolver Agnelo em uma "rede de intrigas" com denúncias "infundadas". "Ainda que ele (Agnelo) conteste e prove a cada nova pseudo denúncia, tentam envolvê-lo no escândalo deflagrado com as revelações sobre a proximidade entre o empresário da contravenção, Carlos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO)", reclamou o ex-ministro.

Apesar das denúncias já terem provocado a queda de Cláudio Monteiro, chefe de gabinete de Agnelo, por suspeita de ligação com o grupo de Cachoeira, Dirceu afirma que as denúncias publicadas contra Agnelo são "distorcidas". "Agem mais ou menos como agem comigo - veiculam a notícia truncada ou distorcida", afirma.

Ação imediata

As críticas sobre a divulgação das denúncias foram primeiro encampadas pelo secretário-geral do PT, que defendeu em seu artigo a abertura de uma "campanha de esclarecimento" em prol da luta contra a corrupção e pela reforma política."Temos uma grande oportunidade para tornar mais clara a política brasileira. Não podemos perdê-la", pregou o secretário-geral.

Ao comentar o caso Carlinhos Cachoeira, Pietá afirma que "o PT e as forças progressistas precisam agir de imediato, pois está em curso uma tentativa de acabar logo com o caso Demóstenes & Cachoeira". "Para muitos é incômodo discuti-lo. Vai atingir bastante gente por comissão ou omissão", diz o petista.

Logo no início do artigo, Pietá ressaltou que a investigação da Polícia Federal aponta a relação de Cachoeira com políticos de Goiás, entre eles o governador tucano Marconi Perillo. "Deste círculo participavam deputados, secretários de Estado, prefeitos, delegados da polícia federal e estadual, oficiais da polícia militar, juízes, a chefe de gabinete do governador Marconi Perillo, e o próprio governador, de quem adquirira a casa em que morava quando foi preso", apontou.

Pietá também criticou a postura do DEM, que chegou a abrir um processo de expulsão do senador."Logo que veio a público a existência, na mesma pessoa, de outro Demóstenes, aliado do crime organizado e da corrupção sistemática, o DEM quis logo ver-se livre de seu líder, por longos anos alçado a herói da luta contra a corrupção, cogitado para ser candidato a presidente da República ou vice da candidatura do PSDB. Os outros partidos de oposição mostraram-se perplexos e cautelosos, também porque tem políticos seus envolvidos no mesmo esquema", comentou Pietá.

"O que levou o ex-procurador geral de Justiça de Goiás, ex-secretário de Segurança Pública, senador reeleito de brilhante carreira, envolver-se com o crime organizado, e enganar uma nação? Foi o financiamento de suas campanhas, de sua atividade política, de suas ambições políticas? Quem foi beneficiado, quem participou? Quem colaborou no ocultamento de tantas evidências por tanto tempo?", questionou Pietá.

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