Presidente Dilma Rousseff durante encontro bilateral com presidente eleito da República do Paraguai, Horácio Cartes, em Assunção (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2013 às 23h36.
Assunção - Ao sair de seu primeiro encontro com o presidente eleito do Paraguai, Horácio Cartes, a presidente Dilma Rousseff lembrou a importância econômica do Mercosul para o país mais pobre do bloco. Dilma afirmou que a relação com o Paraguai dará um "salto qualitativo" com Cartes na presidência e fez questão de lembrar que o país é o maior beneficiário dos recursos do Focem, o fundo de desenvolvimento dos países do Mercosul.
"Acredito que a presença do presidente Horácio à frente do governo do Paraguai vai propiciar que as nossas relações deem um salto qualitativo", afirmou a presidente nesta quarta-feira, 14, ao chegar em seu hotel. "Eu acho que para o Mercosul a vinda do Paraguai é muito importante e também acredito que para o Paraguai é muito importante a volta ao Mercosul."
Dilma lembrou que o país retirou US$ 550 milhões do Focem para construir uma linha de transmissão de energia que liga a Usina de Itaipu com Assunção, a maior retirada até hoje do fundo. Na verdade, o Paraguai sacou US$ 400 milhões do Focem e colocou US$ 155 milhões de contrapartida no contrato. "Isso é algo muito importante. Sem isso haveria dificuldades para estruturar o financiamento (da linha) e hoje o Mercosul conta com fundos bastante significativos para esses projetos de estrutura, não apenas de energia elétrica mas também de logística", disse a presidente.
Dependência.
O aspecto econômico é o maior entrave para um abandono definitivo do Mercosul, como o Paraguai ameaçou fazer. Uma análise do Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep) mostra que o Produto Interno Bruto do país depende em até 30% da sua relação com o Mercosul, especialmente com o Brasil.
A vinda de Dilma, Cristina Kirchner, da Argentina, e José Mujica, do Uruguai, é um esforço diplomático para convencer Cartes a voltar ao bloco, apesar de a expectativa ser de que esse retorno aconteça apenas no final da presidência pro-tempore venezuelana, em dezembro. Mas esse esforço inclui, também, lembrar Cartes de que o Mercosul pode ser muito bom para o seu país, que cresce a taxas chinesas muito por conta da relação econômica com os vizinhos.
Cartes confirmou a Dilma que participará da reunião da União das Nações Sul-americanas, em 30 de agosto no Suriname. Será o primeiro encontro com todos os chefes de Estado da região depois da autorização para que o país volte ao grupo.