Dilma e Kirchner confiam em superar controvérsias
As reuniões bilaterais envolveram diversas controvérsias, entre elas a preocupação do Brasil com a queda de 20% em 2012 de suas exportações para a Argentina
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2013 às 08h36.
Buenos Aires - As presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner manifestaram nesta quinta-feira sua confiança em superar com o diálogo as divergências econômicas entre Brasil e Argentina, ao final de 8 horas de intensas reuniões bilaterais em Buenos Aires.
"A relação entre Argentina e Brasil é a mais intensa e profunda que já tivemos nos últimos anos", disse Dilma ao encerrar com um breve discurso sua visita de um dia ao país, durante um jantar no Museu do Bicentenário, vizinho à Casa Rosada, sede do governo.
Dilma fez um brinde à "sólida aliança" construída entre os dois países durante os mandatos dos presidentes Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva e garantiu que "nós vamos tratar as divergências com maturidade".
As reuniões desta quinta-feira foram qualificadas por Kirchner como "extensas e produtivas" e envolveram diversas controvérsias, entre elas a preocupação do Brasil com a queda de 20% em 2012 de suas exportações para a Argentina, que adotou uma série de barreiras aos produtos brasileiros.
"Quando há divergências, e sempre há, é preciso recordar a história, de onde viemos, como estávamos e o que fizemos nestes dez anos".
Dilma citou a questão da brasileira Vale, que anunciou a suspensão de seu megaprojeto de extração de potássio no território argentino, e revelou sua "firme convicção" de que a mineradora brasileira "encontrará o melhor caminho possível para chegar a um acordo com a Argentina".
A Vale confirmou diante de uma comissão do Congresso argentino, em 9 de abril passado, o abandono do projeto Rio Colorado, de extração e transporte de potássio, um insumo-chave para a indústria de agroquímicos.
Segundo a Vale, a decisão foi tomada diante da elevação do custo previsto, que passou de 6 bilhões para 12 bilhões de dólares.
A intenção do governo argentino é convencer a Vale "a retornar ao projeto e produzir potássio", admitiu o ministro do Planejamento, Julio de Vido.
"Talvez possamos encontrar as chaves para aprofundar a integração com uma reformulação desta aliança estratégica", disse Kirchner no Museu do Bicentenário, que se comunica por túneis com a Casa Rosada.
Dilma não fez menção à preocupação de Brasília com a queda de 20% das exportações brasileiras para a Argentina, mas destacou "a importância dos investimentos recíprocos entre Brasil e Argentina e a importância de se ampliar o comércio, os investimentos e os fluxos financeiros".
"Por isto a presidente Cristina e eu nos empenhamos em fazer avançar a integração. Juntas vamos superar as travas em nossas relações comerciais".
A Argentina instrumentalizou medidas protecionistas que tiveram impacto nas exportações do Brasil, seu principal sócio comercial.
O Brasil vendeu para a Argentina US$ 17,998 bilhões de dólares, um retrocesso de 20,7% contra os US$ 22,709 bilhões de 2011. Já as importações caíram 2,7%, chegando a US$ 16,444 bilhões em 2012, segundo números oficiais do governo brasileiro.
O déficit comercial argentino, que em 2011 foi de US$ 5,802 bilhões, caiu para US$ 1,554 bilhão no ano passado, quando a Argentina impôs fortes restrições às importações.
A Argentina é o terceiro sócio comercial do Brasil, depois de China e Estados Unidos, enquanto os principais parceiros da Argentina são Brasil, China, Chile e Estados Unidos, de acordo com números oficiais do INDEC.
Buenos Aires - As presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner manifestaram nesta quinta-feira sua confiança em superar com o diálogo as divergências econômicas entre Brasil e Argentina, ao final de 8 horas de intensas reuniões bilaterais em Buenos Aires.
"A relação entre Argentina e Brasil é a mais intensa e profunda que já tivemos nos últimos anos", disse Dilma ao encerrar com um breve discurso sua visita de um dia ao país, durante um jantar no Museu do Bicentenário, vizinho à Casa Rosada, sede do governo.
Dilma fez um brinde à "sólida aliança" construída entre os dois países durante os mandatos dos presidentes Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva e garantiu que "nós vamos tratar as divergências com maturidade".
As reuniões desta quinta-feira foram qualificadas por Kirchner como "extensas e produtivas" e envolveram diversas controvérsias, entre elas a preocupação do Brasil com a queda de 20% em 2012 de suas exportações para a Argentina, que adotou uma série de barreiras aos produtos brasileiros.
"Quando há divergências, e sempre há, é preciso recordar a história, de onde viemos, como estávamos e o que fizemos nestes dez anos".
Dilma citou a questão da brasileira Vale, que anunciou a suspensão de seu megaprojeto de extração de potássio no território argentino, e revelou sua "firme convicção" de que a mineradora brasileira "encontrará o melhor caminho possível para chegar a um acordo com a Argentina".
A Vale confirmou diante de uma comissão do Congresso argentino, em 9 de abril passado, o abandono do projeto Rio Colorado, de extração e transporte de potássio, um insumo-chave para a indústria de agroquímicos.
Segundo a Vale, a decisão foi tomada diante da elevação do custo previsto, que passou de 6 bilhões para 12 bilhões de dólares.
A intenção do governo argentino é convencer a Vale "a retornar ao projeto e produzir potássio", admitiu o ministro do Planejamento, Julio de Vido.
"Talvez possamos encontrar as chaves para aprofundar a integração com uma reformulação desta aliança estratégica", disse Kirchner no Museu do Bicentenário, que se comunica por túneis com a Casa Rosada.
Dilma não fez menção à preocupação de Brasília com a queda de 20% das exportações brasileiras para a Argentina, mas destacou "a importância dos investimentos recíprocos entre Brasil e Argentina e a importância de se ampliar o comércio, os investimentos e os fluxos financeiros".
"Por isto a presidente Cristina e eu nos empenhamos em fazer avançar a integração. Juntas vamos superar as travas em nossas relações comerciais".
A Argentina instrumentalizou medidas protecionistas que tiveram impacto nas exportações do Brasil, seu principal sócio comercial.
O Brasil vendeu para a Argentina US$ 17,998 bilhões de dólares, um retrocesso de 20,7% contra os US$ 22,709 bilhões de 2011. Já as importações caíram 2,7%, chegando a US$ 16,444 bilhões em 2012, segundo números oficiais do governo brasileiro.
O déficit comercial argentino, que em 2011 foi de US$ 5,802 bilhões, caiu para US$ 1,554 bilhão no ano passado, quando a Argentina impôs fortes restrições às importações.
A Argentina é o terceiro sócio comercial do Brasil, depois de China e Estados Unidos, enquanto os principais parceiros da Argentina são Brasil, China, Chile e Estados Unidos, de acordo com números oficiais do INDEC.