Dilma e Barroso pedem mais regulação financeira
Bruxelas, 17 jun (EFE).- A candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), e o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, defenderam hoje em Bruxelas uma maior regulação financeira no seio do G20 (G20, bloco de países ricos e emergentes). Em entrevista coletiva, Barroso destacou a reunião positiva que teve com a candidata a […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
Bruxelas, 17 jun (EFE).- A candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT), e o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, defenderam hoje em Bruxelas uma maior regulação financeira no seio do G20 (G20, bloco de países ricos e emergentes).
Em entrevista coletiva, Barroso destacou a reunião positiva que teve com a candidata a presidir "um dos países mais influentes do mundo", e lembrou que o Brasil e a União Europeia (UE) pedirão na próxima reunião do G20, no final do mês no Canadá, uma maior regulação dos mercados financeiros para evitar novas crises.
Explicou que hoje, reunidos em Bruxelas, os chefes de Estado e do Governo da UE concordaram em propor ao G20 uma taxa para os bancos para que, "se houver uma nova crise, não sejam os contribuintes que paguem" as consequências.
Barroso ressaltou que, caso não seja possível aplicar essa taxa em um "quadro global", que ao menos deveria ser iniciado um "quadro comum" com os países que estivessem dispostos a isso.
Dilma disse, por sua vez, que o Brasil impõe a seus bancos requisitos de capital "muito mais elevados" que os da UE. "Não podemos pagar por aqueles que fizeram uma prática bancária mais flexível", afirmou.
A candidata avaliou igualmente a importância de impulsionar uma "governança financeira", especialmente para os países emergentes, e "respeitando as necessidades de cada país do mundo".
"Que haja mais transparência, que não tenhamos essas surpresas que de repente quebre um banco. O Brasil se comprometeu a perseguir a regulação econômica e o controle do capital", apontou.
Também se referiu às negociações de um acordo de associação por parte do Mercosul e da UE, anunciado na cúpula euro-latino-americana realizada em Madri em maio.
"Os dois lados têm suas posições (...) mas embora haja duas posições se pode chegar a um acordo", ressaltou, e acrescentou que os produtos que mais estão em jogo são os agrícolas e os industriais.
A França, precisamente, país que Dilma visitou ontem, é um dos Estados da UE que mostrou mais rejeição ao reatamento dessas negociações com o Mercosul, já que defendem a conclusão da Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial antes de fixar os termos de um acordo de livre-comércio com países que são grandes exportadores agrícolas.
Depois de se reunir ontem em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e hoje com Barroso, Dilma deve se encontrar amanhã em Madri com o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e terminar sua viagem europeia em Lisboa, onde se encontrará com o primeiro-ministro português, José Sócrates.
A intenção da candidata com a viagem é se apresentar perante esses líderes como candidata e analisar as relações do Brasil com esses países e o bloco europeu tendo em vista o futuro, segundo fontes próximas à candidata.