Os policiais e militares estavam ligados a um ex-deputado e dissidente do chavismo procurado pela Justiça, Fernando Orozco, que supostamente liderou o plano (Miraflores Palace)
Agência de notícias
Publicado em 19 de março de 2024 às 06h38.
Dez soldados e policiais foram condenados, nessa segunda-feira, na Venezuela, a 30 anos de prisão por “conspirarem” contra o governo do presidente Nicolás Maduro, durante 2019. A notícia foi confirmada pela Coalizão pelos Direitos Humanos, que se autodenomina defensora dos “prisioneiros políticos”.
“Foram condenados a 30 anos de prisão pelos crimes de conspiração, terrorismo e associação para cometer um crime”, disse María Alejandra Poleo, advogada da coligação, após o término do julgamento.
Os responsáveis foram detidos em dezembro de 2019, após terem sido implicados na operação “Honra e Glória”, um alegado “ato terrorista” para atacar unidades militares no estado de Sucre (leste) e depois deslocar-se para Caracas.
Os policiais e militares estavam ligados a um ex-deputado e dissidente do chavismo procurado pela Justiça, Fernando Orozco, que supostamente liderou o plano.
“Supostamente faziam parte de um grupo de WhatsApp, cujo objetivo era causar desestabilização e planos de assassinato que nunca aconteceram”, acrescentou Poleo.
Os dez detidos cumprirão pena no presídio comum de El Rodeo e no presídio militar de Ramo Verde, ambos localizados no estado de Miranda (leste).
O governo denuncia frequentemente planos de golpe de Estado e de assassinato contra Maduro, nos quais estão implicados opositores, e até agora, neste ano, quase 40 pessoas foram presas por seis alegados atos conspiratórios orquestrados entre 2023 e 2024.
Segundo a ONG especializada Foro Penal, na Venezuela existem atualmente 264 “presos políticos” e deles 147 são militares.