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Derrota em referendo na Itália beneficia populistas europeus

"As próximas legislativas serão as da vitória!", estimou Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita francês Frente Nacional

Marine Le Pen: líderes pediram a dissolução do Parlamento italiano após a renúncia do primeiro-ministro, Matteo Renzi (./Getty Images)

Marine Le Pen: líderes pediram a dissolução do Parlamento italiano após a renúncia do primeiro-ministro, Matteo Renzi (./Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 14h30.

Os populistas europeus se sentem com o vento a favor após a derrota do chefe de governo italiano, Matteo Renzi, e o resultado histórico alcançado pela extrema direita nas eleições presidenciais austríacas.

Embora o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) não tenha conquistado no domingo a presidência do país, alcançada pelo ecologista Alexander Van der Bellen, obteve 46,7% dos votos, segundo as projeções, o melhor resultado já registrado por um partido de extrema-direita na Áustria desde a guerra.

Por isso, os líderes desta formação reservam suas ambições para as próximas eleições legislativas na Áustria, previstas no máximo para 2018.

Este também é o objetivo do Movimento 5 Estrelas (M5S) e da Liga Norte na Itália, que esperam poder tirar proveito do fracasso do referendo constitucional.

Seus líderes pediram a dissolução do Parlamento italiano após a renúncia do primeiro-ministro, Matteo Renzi.

Na Holanda, o líder de extrema-direita Geert Wilders, que lidera as pesquisas para as próximas legislativas, em março, felicitou no Twitter os cidadãos italianos e o responsável da Liga Norte, Matteo Salvini.

"Vamos vencer (nas legislativas) em 15 de março. Colocaremos as coisas em ordem", previu, em relação ao seu partido, o Partido da Liberdade (PVV).

"Os italianos reprovaram a UE e Renzi", tuitou por sua vez Marine Le Pen, a líder do partido de extrema-direita francês Frente Nacional que, segundo as pesquisas, estará presente no segundo turno da eleição presidencial francesa, em maio.

Por outro lado, o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, reconheceu nesta segunda-feira que o resultado da consulta na Itália "não é uma mensagem positiva para a Europa, em tempos difíceis".

Steinmeier, no entanto, demonstrou satisfação pela vitória do ecologista pró-europeu Alexander Van der Bellen na Áustria contra o candidato do FPÖ Norbert Hofer, "um bom presságio", disse.

Objetivo: as legislativas

Hofer, de 45 anos, conquistou 46,7% dos votos, três pontos a menos que na votação de 22 de maio, onde obteve 49,7% dos votos. Esta votação foi, no entanto, anulada por irregularidades no processo.

"Os que votaram pelo FPÖ certamente farão o mesmo da próxima vez", previu o líder do partido populista alemão AfD, Frauke Petry.

"As próximas legislativas serão as da vitória!", estimou também Marine Le Pen.

Hofer confirmou que as próximas eleições, nas quais o FPÖ lidera as pesquisas, são seu próximo objetivo, junto ao responsável do partido, Heinz-Christian Strache.

"2017 será o ano do Partido da Liberdade! Chegou nossa hora", escreveu nesta segunda-feira Strache em sua conta no Facebook.

Para o cientista político austríaco Anton Pelinka, que acredita que as eleições antecipadas serão realizadas em 2017, o FPÖ "tem muitas chances de obter uma maioria relativa no Parlamento", e inclusive de "encontrar um sócio de coalizão" com uma das formações tradicionais.

Mas para Carsten Nickels, analista da Tenoe em Bruxelas, os partidos populistas enfrentam "grandes dificuldades" quando chegam ao poder, como por exemplo o Brexit e o partido dos Verdadeiros Finlandeses.

"A contradição fundamental que estes movimentos enfrentam é que suas promessas são impossíveis de cumprir na economia mundial atual", estima.

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