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Derrota à vista: parlamento britânico vota texto do Brexit

Parlamento britânico vota hoje texto aprovado entre a primeira-ministra e a União Europeia. Ela não deve conseguir os votos necessários

MAY NESTA SEGUNDA-FEIRA: posição do governo britânico é tão frágil quanto uma loja de cristais / Ben Birchall/Pool via REUTERS
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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 06h00.

O futuro do Reino Unido vai a votação no parlamento britânico nesta terça-feira. Mais de dois anos após o referendo que votou a favor do divórcio com a união europeia (UE), finalmente a votação do acordo de cisão traçado entre britânicos e europeus será realizada.

Resultado do trabalho da primeira-ministra britânica , Theresa May, o acordo que estabelece determinadas condições para a separação do Reino Unido com o bloco europeu foi selado com a UE em novembro de 2018, e agora precisa ser votado pelos parlamentares ingleses para consolidar o resultado da consulta popular realizada em 2016.

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A votação de hoje ocorre em um cenário permeado por ataques de todos os lados. Esta é a segunda vez que a votação é marcada. No final do ano passado, o mesmo texto chegou a ter data para ser votado, mas a pedido de May, que não tinha apoio suficiente para aprovar o documento, o pleito foi adiado. Agora dificilmente ela chegue aos votos necessários para ratificar o texto.

Uma das medidas que mais pesam para os críticos de May é o compromisso do Reino Unido em não criar uma barreira física entre a Irlanda ー que pertence à UE ー e a Irlanda do Norte, território do Reino Unido. Por esse acordo, para garantir a inexistência da fronteira entre os dois territórios irlandeses que hoje já se confundem, a Irlanda do Norte permaneceria seguindo as normas alfandegárias da UE, o que na prática significaria uma quase perda da soberania do Reino Unido sobre o território do norte.

A tensão que envolve o assunto é tanta que ontem um parlamentar do partido conservador, o mesmo do qual a primeira-ministra faz parte, renunciou ao cargo à véspera da votação. Gareth Johnson justificou sua renúncia ressaltando a incompatibilidade entre sua posição pessoal e seus deveres parlamentares em relação ao acordo que será votado hoje.

Ontem, a primeira-ministra declarou que todos, inclusive o parlamento, têm o dever de implementar o Brexit. Para May, ignorar o resultado do plebiscito significaria uma “subversão ao processo democrático”, e a retirada do Reino Unido sem um acordo com a UE poderá trazer consequências catastróficas.

Caso a votação de hoje não reflita a vontade de May, ela e sua equipe terão até três dias para apresentar uma alternativa. Nesse cenário, entretanto, a primeira-ministra não só perderá o acordo pelo qual vem lutando há meses, mas fica com o cargo novamente em risco.

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