O leão Cecil, que foi morto por dentista americano em parque do Zimbábue (Daughter#3/Wikimedia Commons)
Guilherme Dearo
Publicado em 7 de setembro de 2015 às 15h45.
São Paulo - Depois de matar "o leão mais famoso do mundo" e ser alvo de intensas críticas em todo o mundo, o dentista americano Walter Palmer, até então uma figura anônima, desapareceu.
Voltou para os EUA e parou de fazer consultas. Apenas disse, em nota emitida, que não sabia que Cecil, que tinha 13 anos, era tão conhecido.
Agora ele resolveu falar e se defender.
Segundo o jornal StarTribune, de Mineápolis, que divulgou as primeiras declarações de Palmer sobre o episódio, ele disse que ainda não foi acusado de crime algum e que pretende retormar sua atividade como dentista.
Também não disse se voltará ao Zimbabué caso haja uma ordem da justiça local para investigar o ocorrido.
Ele repetiu que não sabia que o leão era venerado e que a caça que ele e seus colegas estavam fazendo era legal.
"Tenho um grande número de funcionários, e estou um pouco com o coração partido pela interrupção em suas vidas", disse.
A noite do dia 1 de julho era para ser como outra quarta-feira qualquer no Parque Nacional de Hwange (Zimbábue), até que o leão carinhosamente chamado de Cecil se deparou com um grupo de caçadores que determinariam o seu destino final.
Cecil era especialmente famoso no meio conservacionista e era amado em todo o país. Morto aos 13 anos de idade, o leão teve praticamente toda a sua vida monitorada por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que estudavam a conservação de leões no Zimbábue.
Para se ter uma ideia da relevância de Cecil, o jornal britânico The Guardian o descreveu como sendo ”um dos mais famosos leões em toda a África e a estrela do Parque Nacional de Hwange”. Apesar da a fama e proteção que recebeu ao longo da vida, a sua morte não poderia ter sido mais cruel.