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Demóstenes diz que não é "sócio oculto" da Delta

Demóstenes é suspeito de ligações estreitas com Carlinhos Cachoeira e de ter usado seu mandato para beneficiar o suposto esquema comandado pelo empresário

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2012 às 13h56.

Brasília - O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), em continuidade ao depoimento iniciado por volta das 10h desta terça-feira (29) ao Conselho de Ética do Senado Federal, negou que seja "sócio oculto" da empresa Delta Construção, suspeita de integrar suposto esquema comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

"O sócio oculto da Delta não sou eu. Se tem algum sócio oculto da Delta procurem com uma lupa maior aí, porque não sou eu", disse o senador, ao defender-se no Conselho de Ética do Senado em processo de quebra de decoro parlamentar que responde contra si. Na primeira parte do depoimento, já afirmou que não conhecia os negócios de Cachoeira.

Demóstenes é suspeito de ligações estreitas com Carlinhos Cachoeira e de ter usado seu mandato para beneficiar o suposto esquema comandado pelo empresário. O empresário goiano está preso desde 29 de fevereiro, acusado de ligação com jogos ilegais e de comandar uma rede de influência envolvendo agentes públicos e privados.

O senador negou ainda envolvimento com o esquema de exploração de jogos ilegais atribuído pela polícia a Carlinhos Cachoeira. "Eu queria dizer às senhoras e aos senhores que todas as autoridades que atuaram nesse inquérito disseram textualmente que eu não tenho nada a ver com jogo", disse o senador.

O relator do processo, senador Humberto Costa (PT-PE), sustentou em seu relatório preliminar, apresentado no dia 3 de maio, que Demóstenes entrou em contradição com relação à posição sobre a legalização de jogos no Brasil.

Hoje, Demóstenes negou que tenha votado a favor da legalização de jogos quando o Senado apreciou uma medida provisória sobre o assunto editada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não estávamos votando o mérito. Tratava-se de matéria preliminar de cunho constitucional e acompanhei orientação partidária", explicou Demóstenes, que leu a relação dos demais senadores que votaram com ele, contra a urgência da votação. "Nenhum deles pode ser acusado de ter votado a favor do jogo", disse o senador.

Ao se defender da acusação de ter tentado influenciar ministros do governo e de tribunais superiores do Judiciário com pleitos de interesse de Cachoeira, Demóstenes confirmou a relação com os ministros citados no inquérito da Polícia Federal, mas negou que tivesse feito pedidos de interesse pessoal.

"Fui a praticamente todos os ministro [do governo], ainda que sendo de oposição. Quase sempre a resposta era não. Entendi que esse era meu papel. Mas nunca com um pleito escuso", defendeu-se.

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