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Democratas aumentam pressão por impeachment de Trump

O impeachment de Trump ganhou peso depois que um funcionário do governo o denunciou por ligar para o presidente ucraniano para falar de Biden

Donald Trump: presidente dos EUA tem buscado, sem evidências, implicar Biden e seu filho em um amplo esquema de corrupção que há tempos assombra a Ucrânia (Isaac Brekken / Freelancer/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 19h58.

Última atualização em 24 de setembro de 2019 às 18h56.

Os democratas no Congresso americano aumentaram, nesta segunda-feira (23), a pressão para a divulgação completa de uma denúncia feita contra o presidente Donald Trump ao mesmo tempo em que intensificaram os pedidos de impeachment contra ele.

O presidente voltou a insistir que não fez nada de errado ao ligar para o líder ucraniano , Volodmir Zelenski, e conversar sobre o filho de seu possível rival na eleição de 2020, Joe Biden .

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Congressistas republicanos têm se mantido em silêncio em meio a relatos de que o presidente teria pressionado o ucraniano para investigar o filho de Biden ao mesmo tempo em que a Casa Branca reteve o envio de US$ 250 milhões em ajuda para os países do Leste Europeu. No primeiro dia da Assembleia Geral da ONU em Nova York, Trump entrou em contradição.

Primeiro, reconheceu a ligação e disse que não enviaria nenhuma ajuda à Ucrânia por questões de corrupção. "Por que você daria dinheiro a um país que você acha que é corrupto?", disse. Questionado mais tarde se o presidente ucraniano receberia o dinheiro em troca da investigação, negou. "Eu não fiz isso. Se você vir a ligação (transcrição), ficará muito surpreso", disse ele a repórteres.

Seus comentários deram margem a questionamentos sobre se seu gabinete pressionou outro governo estrangeiro para obter vantagem em sua campanha de reeleição.

Trump tem buscado, sem evidências, implicar Biden e seu filho em um amplo esquema de corrupção que há tempos assombra a Ucrânia. Hunter Biden integrou a diretoria de uma companhia de gás ucraniana ao mesmo tempo em que seu pai foi vice-presidente dos EUA e coordenava as relações diplomáticas com Kiev sob o governo Obama.

Apesar das denúncias, não há nenhuma evidência de qualquer crime cometido por Biden ou o filho. O assunto ganhou peso depois que um funcionário do governo Trump o denunciou por ter feito uma ligação para o presidente ucraniano para tratar do assunto, em 25 de julho. Congressistas têm insistido para ter acesso à conversa, mas o diretor de Inteligência Nacional tem negado alegando privilégios presidenciais.

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu que o líder da maioria, Mitch McConnell, que investigue a denúncia contra o presidente. Segundo ele, o fato de os republicanos não virem nenhum mal na atitude do presidente é "inaceitável" e tem de mudar.

Ainda hoje, os presidentes de três comissões da Câmara enviaram uma carta ao secretário de Estado, Mike Pompeo, ameaçando intimá-lo se ele não apresentar o material sobre a denúncia do funcionário do governo americano.

Pelosi sobe um pouco o tom contra Trump

Um processo de impeachment contra o presidente divide os próprios democratas. Sua líder na Câmara, Nancy Pelosi, tem resistido a dar sinal verde a ele, dizendo que o Congresso só deve iniciar um processo se o público americano achar que deve. Ela diz frequentemente que os americanos ainda não chegaram a esse ponto.

No domingo, porém, ela mudou um pouco seu discurso. Pelosi afirmou que o governo tem até quinta-feira para fornecer à Comissão de Inteligência da Câmara mais informações que ajudem a esclarecer o caso. Na quinta-feira, a Comissão tem mais uma audiência - a segunda - dentro de sua investigação prévia para saber se é possível ou não iniciar um processo de impeachment contra o presidente. "Se essas informações não forem apresentadas, entraremos em um novo e grave capítulo de ilegalidade que nos levará a um novo estágio de investigação", alertou Pelosi.

Mais da metade dos deputados democratas na Câmara diz apoiar um impeachment e há a expectativa de que outros também se manifestem a favor esta semana. A outra parte, porém, acredita que a questão ainda divide muito os americanos e tomar uma atitude precipitada apenas alienaria mais eleitores centristas.

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