Exame Logo

Debate sobre casamento gay na França é alvo de protestos

Depois que o Senado aprovou na sexta-feira passada o projeto de lei, a resolução entrou hoje em sua reta final para ser aprovada na câmara baixa

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 14h15.

Paris - Os deputados franceses iniciaram nesta quarta-feira o segundo e definitivo exame do projeto de lei para legalizar o casamento homossexual na França , enquanto os protestos aumentam nas ruas e se registram alguns episódios de violência e de assédio a políticos.

"Não há uma única maneira de viver em casal e em família", disse na abertura da sessão na Assembleia Nacional a ministra francesa de Justiça, Christiane Taubira.

Depois que o Senado aprovou na sexta-feira passada o projeto de lei, um promessa de campanha de François Hollande, a resolução entrou hoje em sua reta final para ser aprovada na câmara baixa.

A ministra reconheceu diante dos parlamentares que o texto causa reservas em parte da população francesa, mas ressaltou que isto não deve se confundir com as pessoas "que cospem ódio, praticam a violência e insultam cargos públicos".

Nos últimos dias vários ministros foram acossados em seus domicílios e em atos públicos. Além disso, foram registradas agressões a homossexuais e a jornalistas a favor do projeto.

O ministro francês de Interior, Manuel Valls, chegou inclusive a denunciar que existem parlamentares "que receberam ameaças de morte" por terem se manifestado a favor do casamento gay.

Enquanto se tenta elucidar que papel desempenharam nesses episódios grupos de extrema direita, como a organização estudantil Gud e o Bloco Identitario, os opositores civilizados do texto anunciaram que se manifestarão de acordo com a lei todos os dias em frente à Assembleia Nacional.


Foi convocada uma grande manifestação para o próximo domingo em Paris, a terceira depois de outras duas que segundo os organizadores reuniram um milhão de pessoas cada uma (para a polícia o número de presentes foi de 300 mil).

No entanto, há grupos que consideram que para alcançar o objetivo de impedir a legalização do casamento homossexual é necessário radicalizar os protestos, como por exemplo os militantes de extrema-direita liderados pelo líder da Juventude Nacionalista, Alexandre Gabriac.

"Com balões rosas não vamos conseguir mudar a opinião do governo", declarou à emissora "BFM TV" o líder do movimento, excluído da Frente Nacional em 2011 após a publicação de uma fotografia na qual Gabriac parecia fazendo a típica saudação a Hitler com uma bandeira nazista ao fundo.

Os deputados do principal partido da oposição, a UMP, acreditam que o texto será aprovado mas anunciaram que irão debater a lei no plenário antes da resolução ser provavelmente referendada, em 23 de abril.

Segundo o deputado conservador Hervé Mariton, se a UMP chegar ao poder nas eleições de 2017 o partido organizará um referendo no mesmo ano para perguntar aos franceses sua opinião sobre a união de pessoas do mesmo sexo.

Além disso, Mariton confirmou que, uma vez aprovado o texto, a legenda apresentará um recurso perante o Conselho Constitucional, instituição que em 2011 disse que a proibição do casamento gay não é contrária à Carta Magna francesa, o que deixou sua aprovação ou não nas mãos dos políticos.

Veja também

Paris - Os deputados franceses iniciaram nesta quarta-feira o segundo e definitivo exame do projeto de lei para legalizar o casamento homossexual na França , enquanto os protestos aumentam nas ruas e se registram alguns episódios de violência e de assédio a políticos.

"Não há uma única maneira de viver em casal e em família", disse na abertura da sessão na Assembleia Nacional a ministra francesa de Justiça, Christiane Taubira.

Depois que o Senado aprovou na sexta-feira passada o projeto de lei, um promessa de campanha de François Hollande, a resolução entrou hoje em sua reta final para ser aprovada na câmara baixa.

A ministra reconheceu diante dos parlamentares que o texto causa reservas em parte da população francesa, mas ressaltou que isto não deve se confundir com as pessoas "que cospem ódio, praticam a violência e insultam cargos públicos".

Nos últimos dias vários ministros foram acossados em seus domicílios e em atos públicos. Além disso, foram registradas agressões a homossexuais e a jornalistas a favor do projeto.

O ministro francês de Interior, Manuel Valls, chegou inclusive a denunciar que existem parlamentares "que receberam ameaças de morte" por terem se manifestado a favor do casamento gay.

Enquanto se tenta elucidar que papel desempenharam nesses episódios grupos de extrema direita, como a organização estudantil Gud e o Bloco Identitario, os opositores civilizados do texto anunciaram que se manifestarão de acordo com a lei todos os dias em frente à Assembleia Nacional.


Foi convocada uma grande manifestação para o próximo domingo em Paris, a terceira depois de outras duas que segundo os organizadores reuniram um milhão de pessoas cada uma (para a polícia o número de presentes foi de 300 mil).

No entanto, há grupos que consideram que para alcançar o objetivo de impedir a legalização do casamento homossexual é necessário radicalizar os protestos, como por exemplo os militantes de extrema-direita liderados pelo líder da Juventude Nacionalista, Alexandre Gabriac.

"Com balões rosas não vamos conseguir mudar a opinião do governo", declarou à emissora "BFM TV" o líder do movimento, excluído da Frente Nacional em 2011 após a publicação de uma fotografia na qual Gabriac parecia fazendo a típica saudação a Hitler com uma bandeira nazista ao fundo.

Os deputados do principal partido da oposição, a UMP, acreditam que o texto será aprovado mas anunciaram que irão debater a lei no plenário antes da resolução ser provavelmente referendada, em 23 de abril.

Segundo o deputado conservador Hervé Mariton, se a UMP chegar ao poder nas eleições de 2017 o partido organizará um referendo no mesmo ano para perguntar aos franceses sua opinião sobre a união de pessoas do mesmo sexo.

Além disso, Mariton confirmou que, uma vez aprovado o texto, a legenda apresentará um recurso perante o Conselho Constitucional, instituição que em 2011 disse que a proibição do casamento gay não é contrária à Carta Magna francesa, o que deixou sua aprovação ou não nas mãos dos políticos.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaGaysLGBTPaíses ricosPolítica no BrasilPreconceitosProtestos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame