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Debate democrata é marcado por duelo entre esquerda e moderados

Bernie Sanders e Elizabeth Warren são considerados mais à esquerda e se uniram contra grupo de moderados

Candidatos democratas: durante o debate, candidatos abordaram questões como saúde, armas, dívida estudantil, impostos sobre a riqueza, a crise climática e, em menor grau, a política externa (Rebecca Cook/Reuters)

Candidatos democratas: durante o debate, candidatos abordaram questões como saúde, armas, dívida estudantil, impostos sobre a riqueza, a crise climática e, em menor grau, a política externa (Rebecca Cook/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de julho de 2019 às 09h27.

Última atualização em 31 de julho de 2019 às 09h31.

Washington — A divisão no Partido Democrata entre esquerdistas e moderados marcou na terça-feira durante o debate de seus candidatos na Casa Branca, com Bernie Sanders e Elizabeth Warren impondo a receita progressista com a qual eles pretendem derrotar Donald Trump em 2020.

Longe do confronto esperado entre Sanders e Warren, os candidatos mais populares da noite, os senadores se uniram contra um grupo de moderados muito abaixo deles nas pesquisas e liderados pelo ex-deputado John Delaney.

"Não entendo por que alguém se incomoda em se apresentar ao presidente dos Estados Unidos para falar sobre o que não podemos fazer e sobre o que não devemos lutar", disse Warren sobre seus companheiros democratas moderados, a quem chegou acusar de usar argumentos dos republicanos.

"Estou um pouco cansado dos democratas com medo de grandes ideias, os republicanos não têm medo de grandes ideias", disse Sanders, lembrando o grande corte de impostos de Trump.

O debate, que ocorreu em Detroit (Michigan) e foi articulado pela rede "CNN", inicialmente girava em torno do sistema de saúde, onde Sanders e Warren foram os únicos a defender um modelo totalmente público conhecido como "Medicare for all", que contempla a supressão de seguradoras privadas.

Bernie Sanders defendeu a saúde como um "direito humano", prometendo que terão acesso de forma gratuita não apenas todos os americanos, mas também os imigrantes irregulares caso chegue à Casa Branca.

Nesse ponto, o congressista Tim Ryan juntou forças com Delaney e disse que a proposta de Sanders criaria um efeito chamado e defendeu que os imigrantes ilegais paguem pela sua saúde.

O confronto no campo da saúde foi reproduzido, embora com menos tensão, com a migração, onde todos concordaram em apontar Trump como o inimigo comum.

Durante o debate, que durou duas horas e meia, os candidatos também abordaram questões como regulamentação de armas, dívida estudantil, impostos sobre a riqueza, a crise climática e, em menor grau, a política externa.

Além de Sanders, Warren, Delaney e Ryan, participaram do debate o prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, o ex-governador de Colorado, John Hickenlooper, a senadora Amy Klobuchar, o ex-congressista Beto O'Rourke, a escritora Marianne Williamson e o governador de Montana, Steve Bullock.

Nesta quarta, outros dez candidatos participarão da segunda parte do debate, centrado em outros grandes favoritos, a senadora Kamala Harris e o ex-vice-presidente Joe Biden.

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