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Davos 2011, entre remédios econômicos e preocupações com o mundo árabe

Davos 2011 confirmou a mudança de rumo na balança do poder econômico mundial, com maior participação dos países emergentes

Durante os debates, iniciados na quarta-feira e concluídos neste domingo, Europa e Estados Unidos deixaram claro a oposição de suas ideias sobre de que maneira reativar a economia (Fabrice Coffrini/AFP)

Durante os debates, iniciados na quarta-feira e concluídos neste domingo, Europa e Estados Unidos deixaram claro a oposição de suas ideias sobre de que maneira reativar a economia (Fabrice Coffrini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2011 às 14h17.

Davos - A 41ª edição do Fórum Econômico Mundial (WEF), que terminou neste domingo em Davos, deixou em evidência as divisões existentes na hora de escolher quais antídotos aplicar para superar a crise econômica de uma vez por todas, em meio a um clima de ansiedade provocado pelas revoltas populares no mundo árabe.

Davos 2011 confirmou também a mudança de rumo na balança do poder econômico mundial, com maior participação dos países emergentes - Brasil, China e Índia em particular. Em um tom positivo, a reunião termina com a surpreendente promessa dos grandes países da Organização Mundial do Comércio (OMC) de alcançar um acordo sobre a estagnada Rodada de Doha até julho.

No entanto, esta edição de Davos foi marcada pela preocupação com as rebeliões populares na Tunísia e no Egito, vistas como consequência do agravamento das condições de vida nos países pobres após a pior crise econômica e financeira do pós-guerra.

Depois da Revolução de Jasmim tunisiana, que terminou com a queda do regime de Zine El Abidine Ben Ali, há 23 anos no poder, e em meio aos violentos protestos no Egito contra o governo de Hosni Mubarak, na presidência há 30 anos, várias vozes advertiram para o risco de ainda mais revolta.

Neste sentido, o presidente russo Dmitri Medvedev destacou a "lição" dada aos governos do mundo, que devem "ouvir o que o povo tem a dizer, porque senão correm o risco de perder contato com a realidade".

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, cujo país ocupa a presidência rotativa do G20 em 2011, voltou a defender a criação de um imposto sobre as transações financeiras para apoiar a ajuda ao desenvolvimento.

No aspecto econômico, os dirigentes europeus buscaram ao longo da semana convencer a elite mundial reunida na seleta estaçãode esqui nos Alpes suíços de que a Eurozona já passou pelo pior, apesar das preocupações que persistem sobre a saúde financeira de vários de seus membros em função da dívida pública e dos altos déficits.

"Não espero novos sobressaltos, acho que o euro permanecerá estável", indicou Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão, após o catastrófico ano de 2010, marcado pelos bilionários resgates de Grécia e Irlanda.

Durante os debates, iniciados na quarta-feira e concluídos neste domingo, Europa e Estados Unidos deixaram claro a oposição de suas ideias sobre de que maneira reativar a economia: enquanto o bloco europeu defende os rigorosos ajustes orçamentários, Washington adverte sobre a ameaça que este tipo de política representa.

A prioridade maior da Europa deve ser matar "o fantasma das gigantescas dívidas soberanas", argumentou o primeiro-ministro britânico David Cameron, justificando seu duro programa de austeridade orçamentária.

Timothy Geithner, secretário do Tesouro americano, opinou, entretanto, que este tipo de atitude não é "razoável", e que o papel do governo em momentos de crise é investir para aquecer a economia.

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