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Cúpula em Gana discute medidas urgentes de combate ao Ebola

Ministros discutiam medidas urgentes para combater a maior epidemia de febre hemorrágica ebola da história

Médico atende pacientes com ebola: ebola e outras febres hemorrágicas mataram 467 pessoas desde janeiro (AFP)
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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 16h59.

São Paulo - Os ministros da saúde de onze países da África Ocidental discutiam nesta quinta-feira medidas urgentes para combater a maior epidemia de febre hemorrágica ebola da história, no último dia de uma cúpula sobre a crise na capital de Gana .

O ebola e outras febres hemorrágicas mataram 467 pessoas desde janeiro e 759 casos foram registrados nos três países afetados - Serra Leoa, Guiné e Libéria -, de acordo com o último registro da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta terça-feira.

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Esse registro tem 129 mortes a mais do que no balanço da semana passada. Este é um sinal de que a epidemia voltou a atacar depois de um período de estabilização em abril.

A cúpula da crise começou na quarta-feira em Acra e terminará nesta quinta. Ministros da Saúde e autoridades dos governos de Guiné, Libéria, Serra Leoa, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Senegal e Uganda, da OMS e diversos parceiros dessa agência das Nações Unidas concluíam os debates sobre as formas de controlar o ebola.

Jeremy Farrar, professor de Medicina Tropical e diretor da organização beneficente The Wellcome Trust, causou controvérsia na abertura da conferência, quando foi amplamente citado pela imprensa ao pedir às autoridades de saúde para que disponibilizem aos pacientes medicamentos experimentais, ainda não testados totalmente.

"Por mais trágicos que sejam estas mortes e este sofrimento, os seres humanos não são cobaias", disse à AFP o virologista Ian Mackay, professor associado da Universidade de Queensland, refutando a sugestão.

"É uma situação muito difícil, que fica ainda pior pela sua urgência", acrescentou.

Vários laboratórios farmacêuticos e universidades americanas estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Ebola. Estão em diferentes etapas da experimentação, mas nenhum imunizante foi suficientemente testado para ter seu uso autorizado nas populações.

"A questão é: estes medicamentos teriam seu uso liberado para cidadãos do Reino Unido?", questionou Mackay.

"Se a epidemia acontecesse lá, nos Estados Unidos ou na Austrália, seria eticamente aceitável nesses países?", insistiu.

O vírus Ebola, que em poucos dias provoca febres hemorrágicas, seguidas de vômitos e diarreias, recebeu o nome de um rio do norte da República Democrática do Congo (antigo Zaire), onde foi registrado pela primeira vez em 1976.

Sua taxa de mortalidade pode variar de 25% a 90% nos seres humanos, dependendo das cepas. Diante da falta de uma vacina ou de um tratamento eficaz, por enquanto só é possível tratar os sintomas, sobretudo reidratando os doentes com soro.

Há cinco tipos de ebola, sendo que três - Zaire, Sudão e Bundibugyo - podem matar humanos.

A cepa Zaire, a mais mortal e responsável pela atual epidemia, faz suas vítimas caírem doentes em questão de dias, causando febre alta e dores musculares, fraqueza, vômitos e diarreia, em alguns casos causando falência de órgãos e provocando hemorragias incontroláveis.

Até hoje houve 21 surtos de Ebola - sem contar com casos isolados de apenas um paciente - desde que o vírus foi detectado em humanos pela primeira vez na República Democrática do Congo, antigo Zaire, em 1976.

Antes da crise atual, o ebola matou 1.587 pessoas, dois terços dos infectados, de acordo com uma contagem da AFP, feita com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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