Culto a Chávez domina início da Semana Santa na Venezuela
As festividades religiosas na Venezuela chegam este ano com a lembrança do líder naquela que será a primeira Páscoa sem a presença de Chávez
Da Redação
Publicado em 27 de março de 2013 às 21h55.
Caracas - A figura de Hugo Chávez domina neste ano as celebrações da Semana Santa na Venezuela, em meio a uma crescente polêmica em torno do uso eleitoral da imagem do falecido presidente e de um fervor religioso no qual se misturam imagens religiosas e fotos do líder bolivariano.
As festividades religiosas na Venezuela chegam este ano com a lembrança do líder naquela que será a primeira Páscoa sem a presença de Chávez, cuja morte no último dia 5 de março abriu passagem a um culto à sua figura entre seus milhões de apoiadores.
Em um país de maioria católica, as fotos de Chávez e imagens sacras compartilhavam hoje os espaços nas barracas de ambulantes das imediações de alguns dos templos de Caracas no início da Semana Santa.
Em uma das igrejas católicas mais importantes da capital, a basílica de Santa Teresa, centenas de fiéis se amontoaram para venerar Jesus Cristo, entre rezas pelo falecido líder.
Ao redor, chamavam atenção as barracas que vendiam fotos de Chávez, elevado por muitos de seus partidários, inclusive o candidato chavista às eleições de abril e presidente interino, Nicolás Maduro, à categoria de um "Cristo dos pobres".
"Chávez era um Deus para todo o mundo, para os pobres", disse Daiana Pérez, uma mulher de 26 anos dona de uma barraca a poucos metros da basílica.
Ao lado, sua irmã Dubraca assentia e comentava que as vendas de objetos com o rosto do falecido líder eram "um sucesso".
A visita a uma escultura de madeira que personifica Jesus carregando a cruz faz parte das tradições dos venezuelanos durante a Semana Santa.
Vestido com uma túnica roxa em honra ao Nazareno, Gregorio Bocanegra era um das centenas de fiéis que se mantinha firme na fila, à espera de ver o Cristo e elevar preces para "o comandante".
"Esta Semana Santa tem algo de diferente porque ele se foi, rezarei pelo comandante para que Deus o proteja", declarou Bocanegra à Agência Efe entre o repique dos sinos da igreja de estilo neoclássico localizada no centro de Caracas.
A menos de três semanas para as eleições presidenciais, a figura de Chávez domina a agenda da pré-campanha eleitoral.
O candidato governista, Nicolás Maduro, colocou o pleito como uma prova de lealdade ao falecido presidente, enquanto seu principal rival, Henrique Capriles, pediu para deixassem a imagem do líder descansar em paz.
Dando conta desta polêmica, o arcebispo de Caracas, o cardeal Jorge Urosa Savino, criticou hoje os que tentam comparar Chávez com Jesus ao pedir que não igualem Cristo com nenhuma pessoa ou governante.
Urosa Savino indicou que Jesus Cristo não é "nenhum líder social", político ou grande artista, mas o "próprio Deus feito homem".
"Aquele que carregou a cruz por nossos pecados, aquele que derramou seu sangue precioso na madeira da cruz, não é simplesmente um ser humano qualquer, não é uma grande pessoa, um grande homem da história, não é um grande líder dos povos", afirmou.
Caracas - A figura de Hugo Chávez domina neste ano as celebrações da Semana Santa na Venezuela, em meio a uma crescente polêmica em torno do uso eleitoral da imagem do falecido presidente e de um fervor religioso no qual se misturam imagens religiosas e fotos do líder bolivariano.
As festividades religiosas na Venezuela chegam este ano com a lembrança do líder naquela que será a primeira Páscoa sem a presença de Chávez, cuja morte no último dia 5 de março abriu passagem a um culto à sua figura entre seus milhões de apoiadores.
Em um país de maioria católica, as fotos de Chávez e imagens sacras compartilhavam hoje os espaços nas barracas de ambulantes das imediações de alguns dos templos de Caracas no início da Semana Santa.
Em uma das igrejas católicas mais importantes da capital, a basílica de Santa Teresa, centenas de fiéis se amontoaram para venerar Jesus Cristo, entre rezas pelo falecido líder.
Ao redor, chamavam atenção as barracas que vendiam fotos de Chávez, elevado por muitos de seus partidários, inclusive o candidato chavista às eleições de abril e presidente interino, Nicolás Maduro, à categoria de um "Cristo dos pobres".
"Chávez era um Deus para todo o mundo, para os pobres", disse Daiana Pérez, uma mulher de 26 anos dona de uma barraca a poucos metros da basílica.
Ao lado, sua irmã Dubraca assentia e comentava que as vendas de objetos com o rosto do falecido líder eram "um sucesso".
A visita a uma escultura de madeira que personifica Jesus carregando a cruz faz parte das tradições dos venezuelanos durante a Semana Santa.
Vestido com uma túnica roxa em honra ao Nazareno, Gregorio Bocanegra era um das centenas de fiéis que se mantinha firme na fila, à espera de ver o Cristo e elevar preces para "o comandante".
"Esta Semana Santa tem algo de diferente porque ele se foi, rezarei pelo comandante para que Deus o proteja", declarou Bocanegra à Agência Efe entre o repique dos sinos da igreja de estilo neoclássico localizada no centro de Caracas.
A menos de três semanas para as eleições presidenciais, a figura de Chávez domina a agenda da pré-campanha eleitoral.
O candidato governista, Nicolás Maduro, colocou o pleito como uma prova de lealdade ao falecido presidente, enquanto seu principal rival, Henrique Capriles, pediu para deixassem a imagem do líder descansar em paz.
Dando conta desta polêmica, o arcebispo de Caracas, o cardeal Jorge Urosa Savino, criticou hoje os que tentam comparar Chávez com Jesus ao pedir que não igualem Cristo com nenhuma pessoa ou governante.
Urosa Savino indicou que Jesus Cristo não é "nenhum líder social", político ou grande artista, mas o "próprio Deus feito homem".
"Aquele que carregou a cruz por nossos pecados, aquele que derramou seu sangue precioso na madeira da cruz, não é simplesmente um ser humano qualquer, não é uma grande pessoa, um grande homem da história, não é um grande líder dos povos", afirmou.