Cuba prevê nova crise de combustível na primeira metade de outubro
Ilha tem enfrentado dificuldades energéticas recorrentes nos últimos anos, durante sua pior crise econômica em três décadas
Agência de notícias
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 18h47.
Última atualização em 28 de setembro de 2023 às 18h57.
Autoridades de Cuba informaram que a ilha deverá enfrentar uma escassez energética no início de outubro, mas o presidente Miguel Díaz-Canel esclareceu nesta quinta-feira, 28, que o país não chegará a uma situação de "combustível zero".
"Não chegamos nem chegaremos a zero combustível. Não chegamos nem chegaremos a zero recursos no país", escreveu Díaz-Canel na rede social X, o antigo Twitter.
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Depois de um verão de altas temperaturas praticamente sem apagões e com disponibilidade de combustível nos postos de gasolina, as autoridades ofereceram na quarta-feira um panorama pouco alentador para o início de outubro.
"Temos [ países ] fornecedores que não puderam cumprir ou descumpriram seus compromissos conosco" para fornecer petróleo, disse o ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, em um programa de televisão.
As próximas duas semanas serão "complexas", mas, no decorrer de outubro, a situação vai se recuperar, acrescentou o funcionário.
A ilha tem enfrentado dificuldades energéticas recorrentes nos últimos anos, em meio à sua pior crise econômica em três décadas.O governo planeja medidas para economizar energia, como o incentivo ao teletrabalho e a redução de atividades econômicas não essenciais, devido ao impacto nos transportes.
De la O Levy antecipou que não haverá eletricidade suficiente porque boa parte da infraestrutura de geração de energia em Cuba funciona a diesel.
Díaz-Canel disse que "o bloqueio reforçado" aplicado pelos Estados Unidos contra Cuba há mais de seis décadas "busca isso", levar a ilha a "zero recursos", mas "o socialismo é planejamento, participação e o povo no poder". "Todos os problemas terão uma resposta", acrescentou.
Entre abril e junho, Cuba passou por outra forte crise de combustível devido à falta de petróleo.
Naquele momento, Díaz-Canel disse que, das 500 a 600 toneladas de gasolina que Cuba consume diariamente, menos de 400 toneladas estavam disponíveis para todas as atividades do país. Em julho, a situação melhorou consideravelmente.
A Venezuela é o principal fornecedor de petróleo a Cuba e reduziu suas entregas de 100 mil barris diários em 2016 para uma média de 56 mil em 2021. México e Rússia contribuíram no último ano para atenuar o déficit severo da ilha.
Segundo especialistas, Cuba carece de recursos para pagar o petróleo que importa, ao mesmo tempo que subsidia a gasolina no interior do país com tarifas equivalentes a 25 centavos de dólar (cerca de R$ 1,25 na cotação atual) por litro.
No caso da Venezuela, Havana paga o petróleo com serviços de médicos e outros profissionais que envia ao país sul-americano, enquanto a forma de pagamento a México e Rússia não está clara.