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Cruz Vermelha sofre pressões de governo e rebeldes sírios

Cruz Vermelha afirmou enfrentar "dupla pressão" para chegar até as vítimas da guerra na Síria devido às restrições do governo e dos grupos rebeldes


	Caminhões da Cruz Vermelha: "fragmentação dos grupos opositores e a atitude restritiva do governo são dois desafios grandes", disse organização
 (Aris Messinis/AFP)

Caminhões da Cruz Vermelha: "fragmentação dos grupos opositores e a atitude restritiva do governo são dois desafios grandes", disse organização (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 09h12.

Genebra - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) afirmou nesta sexta-feira que enfrenta uma "dupla pressão" para chegar até as vítimas da guerra na Síria devido às restrições impostas pelo governo sírio às organizações humanitárias e também pela fragmentação dos grupos rebeldes opositores.

"A fragmentação dos grupos opositores e a atitude restritiva do governo (para autorizar o acesso dos atores humanitários) são dois desafios grandes", disse nesta sexta-feira em entrevista coletiva o diretor de operações do CICV, Pierre Krabenbuhl.

Comentando a operação da organização na Síria, o diretor sustentou que o "acesso é atualmente muito maior do que há um ano, mas não é o que deveríamos ter para chegar a toda a população afetada" pelo conflito.

Krabenbuhl confirmou que o Governo de Damasco negou sistematicamente ao pessoal do CICV a entrada em zonas fortemente castigadas pelos combates, como Al Qusair e o bairro de Guta (periferia da capital), onde foi registrado o ataque com armas químicas em 21 de agosto.

Neste último lugar, a organização solicitou acesso tanto antes como depois do ataque químico, algo que sempre foi negado.

O Governo central nem sequer permitiu aos socorristas da sociedade local de ajuda, a Meia Lua Vermelha Árabe Síria, a entrada em Guta, revelou Krabenbuhl.


Os empregados do CICV também não conseguiram entrar em Al Qusair, uma cidade que permaneceu em mãos rebeldes durante alguns meses e que foi recuperada pelas forças do regime no início de junho, após combates que deixaram um grande número de vítimas e obrigou a população a se deslocar em massa.

Essa negativa se soma ao assédio sobre a parte antiga da cidade de Homs, onde o CICV não consegue entrar há mais de dois meses apesar de ter sido uma das áreas mais castigadas pelos combates entre forças governamentais e opositoras, e portanto mais necessitadas de socorro humanitário.

Após prolongadas negociações com grupos rebeldes para entrar na zona antiga de Homs, as autoridades de Damasco terminaram bloqueando a entrada dos humanitários.

Estas limitações atender as vítimas civis do conflito e feridos seguem sendo registradas, "apesar do compromisso assumido ao mais alto nível (oficial)" no sentido contrário, indicou o representante do CICV.

Além disso, o diretor explicou que não há espaços humanitários "pré-definidos" na Síria e que "estão, dia a dia, negociando com as partes do conflito, com os vários grupos sírios (opositores) que existem e que estão fortemente fragmentados".

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