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Crescimento inflado pode gerar nova crise, diz Merkel

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, rejeitou hoje sugestões de que o país implementará medidas de austeridade fiscal em detrimento do crescimento econômico e disse que "se não chegarmos a um caminho de crescimento sustentável e criarmos um crescimento inflado, teremos de pagar por isso com uma nova crise". Os comentários foram feitos […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, rejeitou hoje sugestões de que o país implementará medidas de austeridade fiscal em detrimento do crescimento econômico e disse que "se não chegarmos a um caminho de crescimento sustentável e criarmos um crescimento inflado, teremos de pagar por isso com uma nova crise". Os comentários foram feitos durante uma entrevista coletiva à imprensa concedida após uma reunião com um grupo responsável pela reforma do mercado financeiro.

Na mesma entrevista, o ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse que o plano de austeridade fiscal do país, de 80 bilhões de euros ao longo dos próximos quatro anos, está alinhado aos requisitos internacionais para as estratégias globais de remoção dos estímulos estatais à economia. Segundo ele, as medidas de austeridade "não colocam em risco os incentivos ao crescimento", mas oferecem incentivos para a criação de empregos. "Estamos implementando exatamente o que vinha sendo discutido como estratégia de retirada (dos estímulos) há meses", disse Schaeuble.

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Na última sexta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu aos líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo - o G-20 - para trabalharem em conjunto durante uma reunião de cúpula que deve ocorrer no final desta semana em Toronto a fim de "proteger e fortalecer" a economia mundial.

Merkel disse que os estímulos fiscais da Alemanha não podem continuar se a economia do país estiver recuperada, acrescentando que acumular dívidas não é algo bom. A Alemanha sofre pressão para elevar sua demanda doméstica e, dessa forma, contribuir para um reequilíbrio da economia global, mas insiste que seria melhor se outros países acompanhassem a estratégia alemã de tornar os preços de seus produtos mais competitivos.

Otmar Issing, que preside o grupo responsável pela reforma financeira na Alemanha, disse que os desequilíbrios na economia global não resultam das diferenças na demanda dos países, mas de "profundas divergências estruturais". "Não vemos uma solução para os atuais desequilíbrios no mundo no acúmulo de dívidas dos países", disse Issing, ex-economista do Banco Central Europeu. Ele também rejeitou a ideia de que as medidas de austeridade fiscal da Alemanha seriam tão severas que poderiam diminuir o ritmo de crescimento mundial. As informações são da Dow Jones.

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