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Correspondente de jornal "The Times" no Cairo é expulsa do Egito

Jornalista foi detida depois de realizar uma entrevista com o parente de um homem que morreu em uma balsa

Bel Trew vivia no Egito há sete anos (BelTrew.net/Divulgação)
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EFE

Publicado em 24 de março de 2018 às 12h37.

Londres - A correspondente no Cairo do jornal "The Times", Bel Trew, foi expulsa do Egito pelas autoridades, segundo informou neste sábado o jornal britânico.

A jornalista, estabelecida na capital egípcia há sete anos, foi detida há três semanas depois de realizar uma entrevista com o parente de um homem que morreu em uma balsa a caminho da Europa.

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Segundo explicou o "The Times", a polícia não ofereceu nenhuma informação sobre a detenção de Trew e nem apresentou acusações contra ela, mas os agentes se limitaram a levá-la ao aeroporto e obrigá-la a pegar para Londres.

Fontes do Governo do presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, sugeriram então ao jornal que a deportação poderia se tratar de "um erro".

O "The Times" não quis denunciar a saída de sua correspondente enquanto tentava determinar se, efetivamente, tinha ocorrido algum tipo de "mal-entendido", mas finalmente os canais diplomáticos informaram que Trew tinha sido apontada como "indesejável" e não foi permitido seu retorno ao país.

Uma porta-voz afirmou que o jornal tentou que a jornalista voltasse ao Cairo, para cobrir as eleições presidenciais que ocorrerão na segunda-feira, mas "ficou claro que as autoridades não têm nenhuma intenção de permitir seu regresso".

Por sua vez, a embaixada do Reino Unido no Cairo indicou que o ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, levou o caso ao seu colega egípcio, Sameh Shukri, mas que as autoridades desse país "não compartilharam nenhuma informação sobre possíveis irregularidades".

O Egito redobrou nas últimas semanas seus ataques contra os veículos de imprensa, especialmente os internacionais, e ameaçou com realizar represálias contra todos aqueles que publiquem "notícias falsas".

O país realiza na segunda-feira polêmicas eleições gerais, nas quais se dá praticamente por certo que o atual presidente, Abdul Fatah al Sisi - que chegou ao poder após o golpe militar que em julho de 2013 derrubou o presidente islamita Mohammed Mursi - sairá vitorioso. EFE

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