Seul - As autoridades das Coreias do Sul e do Norte deram início nesta quarta-feira as negociações para reabrir o complexo industrial de Kaesong, o único projeto conjunto, depois de terem firmado um acordo para normalizar sua operação no último fim de semana.

As conversas, que ocorrem na própria cidade de Kaesong, situada na Coreia do Norte e próxima à fronteira com a Coreia do Sul, serão divididas em duas rodadas, nas quais ambas as partes exporão suas condições para normalizar as operações no complexo, indicou à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação de Seul.

O governo sul-coreano adiantou que, para reabrir o enclausurado polígono industrial, sua delegação de 23 membros exigirá às autoridades da Coreia do Norte a ativação de garantias para evitar um novo fechamento arbitrário de Kaesong, assim como seu funcionamento à margem da situação política e diplomática.

De acordo com especialistas no assunto, este requisito imposto pela Coreia do Sul aparece como o maior obstáculo para definição de um acordo ainda hoje, já que é pouco provável que os representantes norte-coreanos aceitem tal condição sem apresentar nenhuma resalva.

"Apenas seguindo estas pautas podemos alcançar progressos em relação ao complexo de Kaesong", declarou o líder da delegação sul-coreana antes de partir em direção à cidade fronteiriça norte-coreana.

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Já o governo norte-coreano, que exige o reatamento imediato e incondicional das operações em Kaesong, também poderia pedir um aumento de salário para os trabalhadores, a ampliação do tamanho do complexo, a construção de mais dormitórios e mudanças nas normas fiscais.

À margem das comitivas de negociação, um nutrido grupo de representantes empresariais da Coreia do Sul também compareceu hoje a Kaesong para comprovar o estado das instalações.

A reunião de hoje visa dar continuidade às negociações do último fim de semana, nas quais ambas as partes realizaram um grande avanço ao se colocarem de acordo, pela primeira vez desde o fechamento do complexo em abril, com o objetivo de normalizar seu funcionamento.

Até de seu fechamento, aproximadamente 54 mil empregados norte-coreanos fabricavam produtos para 123 empresas sul-coreanas no complexo industrial de Kaesong, símbolo da etapa de entendimento que as duas Coreias vivenciaram no início da última década.