Soldados próximos às estátuas do fundador e de seu filho (Reuters/KCNA)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2013 às 08h58.
Seul - Poucos dias após a Coreia do Norte propor na China reiniciar o diálogo sobre sua desnuclearização, o regime comunista afirmou nesta terça-feira que não abandonará seu programa de armas atômicas enquanto as "incessantes ameaças" dos Estados Unidos prosseguirem.
"Devido às incessantes ameaças nucleares de Washington, Pyongyang não abandonará unilateralmente seu poder de dissuasão", disse em editorial o jornal "Rodong Sinmun", do Partido dos Trabalhadores, braço político do regime de Kim Jong-un.
O texto pediu aos EUA que retirem as "equipes de guerra nuclear da Coreia do Sul e seus arredores" e abandone a "política hostil" em direção ao seu país se realmente deseja a paz na península coreana.
Washington não mantém atualmente armas nucleares na península coreana (todas foram retiradas em 1991), mas em março e abril, no auge da recente tensão com o Norte, transferiu para a Coreia do Sul aviões e submarinos com capacidade para realizar ataques atômicos durante as manobras anuais Foal Eagle, realizadas em conjunto com Seul.
No fim de semana, um enviado especial do regime disse ao presidente da China, Xi Jinping, que a Coreia do Norte está disposta a retomar as conversas de seis lados.
Este processo, paralisado desde 2009, envolve as duas Coreias, EUA, China, Japão e Rússia, e busca a desnuclearização de Pyongyang através de negociações entre as partes.
Por outro lado, um organismo da Coreia do Norte convidou hoje empresários e autoridades sul-coreanas a participar de um ato que será realizado em 15 de junho para comemorar a melhoria dos laços entre os dois países experimentadas em 2000.
Um porta-voz do Comitê para a Reunificação Pacífica da Pátria norte-coreana enviou o convite de modo informal através da agência estatal "KCNA", por meio de um comunicado no qual também criticou duramente o governo do Sul, acusado de não ter uma vontade real de negociar.
Fontes de Seul reafirmaram a postura expressada pelo executivo nesta semana e disseram que o único modo para resolver os problemas é o diálogo oficial entre autoridades de ambas as partes.
As relações entre Norte e Sul se encontram atualmente em um dos piores momentos da última década, e as linhas oficiais de comunicação entre ambos os países estão cortadas.