Coreia do Sul pede a Pyongyang compromisso com ações
Comitê para Reunificação Pacífica da Coreia quer reabertura "imediata" do diálogo entre as duas partes
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 07h26.
Seul - A Coreia do Sul pediu nesta segunda-feira a Pyongyang um compromisso "não com palavras, mas com ações" para retomar o diálogo bilateral, após três recentes comunicados de organismos do regime norte-coreano terem solicitado o retorno às negociações.
O ministro da Unificação, Chun Hae-sung, disse nesta segunda-feira que a Coreia do Norte ainda precisa enviar uma proposta formal de diálogo, depois que vários organismos norte-coreanos fizeram três solicitações de reuniões, a última no sábado passado.
Chun pediu que Pyongyang comprove seu compromisso com a desnuclearização "não com palavras, mas com ações" e disse que também deve "tomar medidas responsáveis, que possam ser aceitas pelo povo sul-coreano, com relação ao afundamento do Cheonan e o bombardeio de Yeonpyeong".
No último comunicado, o Comitê para Reunificação Pacífica da Coreia solicitava "a abertura imediata e incondicional do diálogo entre as autoridades do Norte e do Sul", assim como outros organismos do país comunista já haviam feito nos dias 1 e 5 de janeiro.
O último pedido incluía um apelo pela normalização dos projetos conjuntos das duas Coreias no monte Kumgang e em Kaesong, duas regiões norte-coreanas localizadas perto da fronteira e de grande importância econômica para o regime de Kim Jong-il.
Para Chun, o conteúdo desse texto não representou "uma aproximação sincera" e acrescentou que "é importante que o Norte mostre uma atitude verdadeira em direção à paz na Península e ao avanço das relações intercoreanas".
Seul acusa a Pyongyang do afundamento da embarcação sul-coreana Cheonan, em março de 2010, que deixou 46 tripulantes mortos, enquanto o ataque de artilharia de 23 de novembro à ilha de Yeonpyeong elevou ao máximo a tensão nas águas do Mar Amarelo.
Em novembro, a Coreia do Norte confirmou que estava enriquecendo urânio com fins pacíficos, algo que Seul e seus aliados veem com preocupação e como um empecilho para que possam retomar as conversas nucleares de seis lados - que incluem as duas Coreias, os Estados Unidos, China, Japão e Rússia -, suspensas desde o final de 2008.