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Coreia do Sul, Irã e Itália em alerta máximo por propagação do coronavírus

Com exceção do foco de infecção no cruzeiro "Diamond Princess" no Japão, a Coreia do Sul é o país com o maior número de pacientes

Coronavírus na China (Justin Chin/Bloomberg)

Coronavírus na China (Justin Chin/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 14h22.

O novo coronavírus, considerado pela China a "emergência de saúde mais grave" desde 1949, obrigou neste domingo a Coreia do Sul a proclamar alerta máximo, a Itália a estabelecer quarentena em várias cidades e alguns países a fechar as fronteias com o Irã, principais focos do COVID-19.

Diante da multiplicação de casos no Irã (43 no total) e de mortes (oito) no Irã, Turquia, Jordânia, Paquistão e Afeganistão fecharam as fronteiras ou restringiram as viagens com destino ou origem neste país.

O vírus, que surgiu em dezembro na cidade chinesa de Wuhan, já matou 2.442 pessoas e infectou quase 77.000 na China continental. Também foi registrado em mais de 20 países, nos quais deixou 24 mortos.

A epidemia do novo coronavírus é "a maior emergência de saúde" na China desde a fundação do regime comunista comunista em 1949, afirmou o presidente Xi Jinping neste domingo.

"É necessário aprender com deficiências expostas" na resposta da China, completou Xi durante uma reunião oficial para coordenar a luta contra o vírus, um reconhecimento incomum por um líder chinês.

Diante do rápido aumento do número de contágios, o presidente sul-coreano Moon Jae-in decidiu estabelecer o mais elevado nível de alerta.  A epidemia de COVID-19 está "em um momento decisivo. Os próximos dias serão cruciais", afirmou.

Com exceção do foco de infecção no cruzeiro "Diamond Princess" no Japão, a Coreia do Sul é o país com o maior número de pacientes, com 602 casos, incluindo quase 300 da seita cristã Shincheonji. Seis mortes foram registradas no território sul-coreano.

Dezoito membros da seita diagnosticados com o novo coronavírus retornaram de uma viagem de peregrinação a Israel, onde foi registrado o primeiro caso. Quase 200 estudantes que tiveram contato com turistas sul-coreanos foram colocados em quarentena.

Na Itália, o primeiro país da Europa a estabelecer uma quarentena, quase 52.000 pessoas estão em zonas de confinamento nas regiões da Lombardia e de Veneto.

Carnaval de Veneza suspenso

A primeira medida de confinamento no mundo foi anunciada em 23 de janeiro para os 11 milhões de habitantes de Wuhan, cidade na região central da China onde surgiu a epidemia.

O presidente de Veneto anunciou neste domingo a suspensão do carnaval de Veneza, que prosseguiria até terça-feira, assim como de todos os eventos esportivos na região.

A Itália tem 132 infectados, a nação europeia com o maior número de casos, de acordo com a Proteção Civil. Duas pessoas com mais de 70 anos morreram vítimas da doença no país nos últimos dias.

Países vizinhos da Itália, como França, Suíça e Áustria acompanham com atenção a situação. O ministro francês da Saúde, Olivier Veran, considera muito prováveis novos casos em seu território.

Como na Itália, o Irã, com oito mortos - país com mais vítimas fatais fora da China - e 43 infectados, adotou medidas drásticas para lutar contra a epidemia, incluindo o fechamento de centros de ensino em 14 províncias.

As autoridades de Teerã anunciaram que a capital, de 8 milhões de habitantes, será colocada em quarentena em caso de aumento dos casos.

Riscos de expansão

Na China, o balanço subiu para 2.442 mortos, após o anúncio de 97 novas vítimas fatais. Com exceção de uma, todas aconteceram na província central de Hubei, epicentro da doença.

O ministério da Saúde informou 648 novos contágios, o que aproxima de 77.000 a quantidade de casos no país
Mas é a propagação fora do país que gera grande preocupação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) teme "a possível propagação do COVID-19 nos países com sistemas de saúde mais precários", advertiu o diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Um estudo publicado na sexta-feira pelo Centro de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres calcula que "quase dois terços dos casos de COVID-19 fora da China não foram detectados em todo o mundo".

Em algumas situações, as precauções não foram suficientes. O Japão confirmou neste domingo que o vírus foi diagnosticado em uma passageira do "Diamond Princess" que voltou para casa de trem depois de ter sido considerada um caso negativo.

Mais de 20 passageiros estrangeiros estão na mesma situação.

A epidemia pode colocar em risco a frágil recuperação da economia mundial, afirmou Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), aos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 reunidos na capital da Arábia Saudita.

"O vírus COVID-19 afeta a atividade econômica na China e pode colocar em risco a recuperação mundial", advertiu.

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