Coreia do Sul e Otan preparam resposta à aliança Rússia-Coreia do Norte
Coreia do Sul irá coordenar com a Otan contramedidas à cooperação militar entre Pyongyang e Moscou na Ucrânia
Agência de Notícias
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 15h31.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 15h31.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, anunciou nesta segunda-feira que coordenará com a Otan as "contramedidas" à intensificação da colaboração entre Pyongyang e Moscou. A decisão ocorre após relatos de envio de tropas norte-coreanas para lutar ao lado das tropas russas na Ucrânia .
“A invasão da Ucrânia pela Rússia e o alinhamento imprudente entre Rússia e Coreia do Norte confirmaram novamente que a segurança das regiões do Indo-Pacífico e do Atlântico estão indissoluvelmente conectadas. Isso prejudica a ordem internacional baseada em regras, ameaça a paz na península coreana e em todo o mundo, e nosso governo jamais permitirá que isso aconteça sem fazer algo a respeito”, afirmou Yoon durante telefonema com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Pyongyang Envia Tropas à Ucrânia
O telefonema ocorreu após o Serviço Nacional de Inteligência (NIS) sul-coreano informar, na última sexta-feira, que a Coreia do Norte decidiu enviar um total de 12 mil militares para a linha de frente ucraniana em apoio à Rússia. A transferência dessas tropas já teria sido iniciada, segundo as autoridades sul-coreanas.
A informação foi confirmada por fontes ucranianas e pelo presidente Volodymyr Zelensky, que haviam alertado anteriormente sobre o envio de tropas norte-coreanas para apoiar as forças russas na guerra.
Medidas de Resposta em Fases
Durante a conversa com Rutte, Yoon destacou que a Coreia do Sul adotará "medidas em fases", conforme o nível de cooperação entre Pyongyang e Moscou. Ele também expressou a disposição de coordenar "medidas práticas de resposta" junto à Otan e seus membros.
Em junho deste ano, o governo sul-coreano já havia sugerido a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia devido ao acordo de assistência mútua de defesa firmado entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente russo, Vladimir Putin. Até agora, no entanto, Seul manteve sua política de oferecer apenas ajuda humanitária e material não letal.
Rutte, por sua vez, afirmou que o envio de tropas norte-coreanas para lutar ao lado da Rússia na Ucrânia "seria uma escalada significativa", como destacou o secretário-geral da Otan em mensagem na rede social X. Ele também mencionou a "estreita parceria da Otan com Seul", além da cooperação industrial de defesa e da interconexão da segurança euro-atlântica e indo-pacífica.
O líder sul-coreano e o chefe da Otan concordaram em acompanhar de perto todos os desdobramentos da cooperação entre Moscou e Pyongyang. Yoon também se ofereceu para nomear uma delegação para compartilhar informações disponíveis com a Otan.
Nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul convocou o embaixador russo no país para expressar a insatisfação de Seul com a transferência de tropas norte-coreanas para o território russo, aparentemente destinadas à linha de frente na Ucrânia.