Soldados Sul-Coreanos: atividade em conjunto com os Estados Unidos é encarada como provocação pelos norte-coreanos (Kim Hong-Ji/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 21 de agosto de 2017 às 06h08.
Última atualização em 21 de agosto de 2017 às 06h38.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciam nesta segunda-feira uma séria de exercícios militares conjuntos. Realizado anualmente como treinamento em caso de invasão pelos vizinhos do norte, as manobras deste ano serão realizadas em um momento de alta tensão nuclear.
“Os exercícios militares conjuntos serão como jogar gasolina na fogueira e agravarão a situação na península”, diz em editorial o jornal oficial da Coreia do Norte. “Estas manobras conjuntas são a expressão mais explícita de sua hostilidade em relação a nós. Ninguém pode garantir que os exercícios não resultem em verdadeiros combates”, completa o texto. Os norte-coreanos afirmam que os exercícios são um preparativo para a invasão do país.
Conhecido como Ulchi Freedom Guardian, o exercício militar conjunto deste ano vai envolver, curiosamente, menos homens. Apesar da retórica utilizada pelo regime de Kim Jong-un, os Estados Unidos e a Coreia do Sul, até para evitar uma escalada dos ânimos, mobilizarão 17.500 soldados ante os 25.000 de 2016. Forças da ONU, representadas por militares da Austrália, Canadá, Colombia, Dinamarca e Nova Zelândia, também participarão dos exercícios. Dois porta-aviões que são tradicionalmente deslocados para as manobras não vão participar neste ano.
Apesar do aceno de distensão nuclear, a ditadura de Pyongyang indica que as manobras não devem ser efetivas em caso de guerra, uma vez que o alvo de um contra-ataque seria o território americano, como a ilha de Guam. “Se os Estados Unidos se perderem na fantasia de que uma guerra na península aconteceria na porta de outro, longe deles do outro lado do Pacífico, estão mais equivocados do que nunca”, afirma o jornal do regime.
Apesar das ameaças, os exercícios seguem até o dia 31 deste mês.