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Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2012 às 20h07.
Nações Unidas - A delegação norte-coreana na ONU declarou-se na sexta-feira orgulhosa do sistema social e da situação dos direitos humanos no isolado país comunista, e qualificou de infundado um relatório da ONU que descreveu "uma ampla gama de violações aos direitos humanos" na Coreia do Norte.
Entre os abusos citados pelo relator especial Marzuki Darusman em seu relatório anual estão o "amplo uso de campos para prisioneiros políticos, más condições carcerárias e prisioneiros sendo submetidos a trabalhos forçados, torturas e punições corporais".
O delegado norte-coreano Kim Song leu nota ao Terceiro Comitê da Assembleia Geral da ONU, voltado para questões de direitos humanos, dizendo: "Minha delegação rejeita total e categoricamente as infundadas alegações".
"O relatório do relator especial é produto das políticas hostis dos Estados Unidos e da União Europeia contra a RDPC (Coreia do Norte), e é um típico exemplo de politização, ambivalência e seletividade na questão dos direitos humanos", afirmou Kim.
Darusman se queixou da falta de cooperação norte-coreana à sua missão, e disse que "não houve melhoria na sombria situação dos direitos humanos" na Coreia do Norte desde o seu relatório anterior, em março.
O representante norte-coreano disse que Pyongyang já cooperou com órgãos de direitos humanos da ONU e da União Europeia, mas deixou de fazê-lo em 2006, depois que a UE passou a patrocinar resoluções da Assembleia Geral condenando a situação dos direitos humanos no país.
"Não temos nada a esconder", disse Kim. "Não temos nada a temer. Pelo contrário, nos orgulhamos do nosso sistema superior de promover e proteger os direitos humanos no nosso país, incluindo o atendimento médico gratuito e o sistema educacional gratuito. Vamos desenvolver e fortalecer ainda mais nosso sistema social que garante a promoção e a proteção dos direitos humanos." EUA, Japão, UE e outras delegações divulgaram notas criticando a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte. Darusman reiterou as preocupações com os campos de prisioneiros, onde segundo ele há 150 mil a 200 mil prisioneiros.
A China e outros países se queixaram da adoção pela Assembleia Geral --que reúne os 193 países da ONU-- de resoluções que critiquem países específicos por causa de direitos humanos.
O enviado norte-coreano disse que as acusações de Darusman se baseiam em "distorções e falsidades".
"Não reconhecemos nem aceitamos o mandato do relator especial nomeado por uma resolução contra a RDPC . É um grande erro se certos países esperam qualquer mudança da RDPC por meio da pressão política." (Reportagem de Louis Charbonneau)