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Coreia do Norte anuncia reativação de reator nuclear

País deverá reativar todas as instalações militares, tanto para geração elétrica quanto para uso militar

Líder da Coreia do Norte Kim Jong-un discursa em plenário durante reunião do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (KCNA/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 09h43.

Seul - A Coreia do Norte anunciou na terça-feira a intenção de reativar um reator nuclear paralisado desde 2007, mas enfatizou estar buscando uma capacidade dissuasória, e não uma repetição das recentes ameaças de atacar a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

A agência estatal de notícias KCNA disse que a Coreia do Norte vai reativar todas as instalações militares, tanto para geração elétrica quanto para uso militar.

O anúncio ocorre em meio a crescentes tensões na península da Coreia, onde os EUA reforçaram sua presença depois de uma série de ameaças norte-coreanas.

A Coreia do Norte, um dos Estados mais isolados e imprevisíveis do mundo, conduziu em fevereiro seu terceiro teste nuclear, mas se acredita que ela ainda esteja a anos de conseguir desenvolver armas atômicas, embora afirme possuir uma forma de dissuasão nuclear.

Em discurso proferido no domingo -e que teve a íntegra publicada na terça-feira pela KCNA-, o jovem líder norte-coreano, Kim Jong-un, pareceu atenuar a perspectiva de um confronto nuclear direto com os Estados Unidos, ao salientar que as armas nucleares devem assegurar a segurança do seu país como dissuasão.

"Nossa força nuclear é uma dissuasão bélica confiável, e uma garantia de proteger nossa soberania", disse Kim. "Está na base de um forte poderio nuclear que a paz e a prosperidade possam existir, e também a felicidade da vida das pessoas." O discurso de Kim, proferido perante o Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (partido comunista), pareceu sinalizar uma pequena mudança em relação às ameaças contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas não significou de forma alguma o fim da crise.

Para Yang Moo-jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, em Seul, o fato de o discurso ter ocorrido na reunião do Comitê Central indica uma tentativa de dar mais foco aos problemas econômicos do que à segurança.

Mas a reativação dos reatores nucleares poderia ter implicações de longo prazo para a segurança regional. A Coreia do Norte enriquece plutônio no seu reator de Yongbyon, da era soviética, e esse é um caminho comprovado para a aquisição de mais material físsil do que num programa de enriquecimento de urânio.

A torre de resfriamento de Yongbyon foi destruída como parte de um acordo de desnuclearização, e não está claro quanto tempo a usina levará para ser reativada. Não se sabe nem mesmo se ela está ligada à antiquada rede elétrica norte-coreana.


"Era um reator que estava se aproximando da obsolescência, com uma torre de resfriamento que já não funcionava adequadamente quando foi explodida. Isso poderia significar que eles estão reconstruindo algumas coisas", disse Yoo Ho-yeol, especialistas em Coreia do Norte da Universidade da Coreia, em Seul.

Enriquecimento

A decisão de reativar o reator representa um golpe para a intenção chinesa de retomar o processo multilateral de desnuclearização da península da Coreia, levando um porta-voz da chancelaria em Pequim a lamentar a decisão.

Além de reativar o reator de 5 megawatts em Yongbyon, única fonte conhecida de plutônio para o programa nuclear norte-coreano, a KCNA disse que uma usina de enriquecimento de urânio também voltará a operar.

A usina servirá para enfrentar o que a KCNA descreveu como uma "aguda escassez de eletricidade", além de reforçar "a força nuclear armada".

Após sofrer sanções dos EUA por conduzir um teste nuclear de fevereiro, e diante de exercícios militares conjuntos de Washington e Seul na Coreia do Sul -vistos como "hostis" por Pyongyang-, a Coreia do Norte ameaçou invadir o país vizinho, lançar mísseis contra bases militares dos EUA no Pacífico e atacar o território norte-americano com armas atômicas.

Os EUA, que dizem não ver indícios de movimentações militares hostis da Coreia do Norte, mobilizaram durante a noite um navio militar na costa coreana, o USS McCain, um destroier usado na defesa antimísseis. Não estava clara qual era a posição do navio na terça-feira.

Antes, Washington havia reforçado sua presença militar realizando exercícios com bombardeiros e caças indetectáveis por radares na Coreia do Sul, numa rara demonstração de força.

Grande parte da retórica norte-coreana das últimas semanas tem sido uma repetição de explosões de raiva anteriores, mas sua intensidade e duração são uma novidade, levando a preocupações de que a tensão desencadeie confrontos.

Em Washington, um porta-voz a Casa Branca disse que os EUA levam a sério as ameaças norte-coreanas, mas observou que "não estamos vendo mudanças na postura militar norte-coreana, como mobilizações em grande escala e o posicionamento de forças".

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Seul - A Coreia do Norte anunciou na terça-feira a intenção de reativar um reator nuclear paralisado desde 2007, mas enfatizou estar buscando uma capacidade dissuasória, e não uma repetição das recentes ameaças de atacar a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

A agência estatal de notícias KCNA disse que a Coreia do Norte vai reativar todas as instalações militares, tanto para geração elétrica quanto para uso militar.

O anúncio ocorre em meio a crescentes tensões na península da Coreia, onde os EUA reforçaram sua presença depois de uma série de ameaças norte-coreanas.

A Coreia do Norte, um dos Estados mais isolados e imprevisíveis do mundo, conduziu em fevereiro seu terceiro teste nuclear, mas se acredita que ela ainda esteja a anos de conseguir desenvolver armas atômicas, embora afirme possuir uma forma de dissuasão nuclear.

Em discurso proferido no domingo -e que teve a íntegra publicada na terça-feira pela KCNA-, o jovem líder norte-coreano, Kim Jong-un, pareceu atenuar a perspectiva de um confronto nuclear direto com os Estados Unidos, ao salientar que as armas nucleares devem assegurar a segurança do seu país como dissuasão.

"Nossa força nuclear é uma dissuasão bélica confiável, e uma garantia de proteger nossa soberania", disse Kim. "Está na base de um forte poderio nuclear que a paz e a prosperidade possam existir, e também a felicidade da vida das pessoas." O discurso de Kim, proferido perante o Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (partido comunista), pareceu sinalizar uma pequena mudança em relação às ameaças contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos, mas não significou de forma alguma o fim da crise.

Para Yang Moo-jin, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, em Seul, o fato de o discurso ter ocorrido na reunião do Comitê Central indica uma tentativa de dar mais foco aos problemas econômicos do que à segurança.

Mas a reativação dos reatores nucleares poderia ter implicações de longo prazo para a segurança regional. A Coreia do Norte enriquece plutônio no seu reator de Yongbyon, da era soviética, e esse é um caminho comprovado para a aquisição de mais material físsil do que num programa de enriquecimento de urânio.

A torre de resfriamento de Yongbyon foi destruída como parte de um acordo de desnuclearização, e não está claro quanto tempo a usina levará para ser reativada. Não se sabe nem mesmo se ela está ligada à antiquada rede elétrica norte-coreana.


"Era um reator que estava se aproximando da obsolescência, com uma torre de resfriamento que já não funcionava adequadamente quando foi explodida. Isso poderia significar que eles estão reconstruindo algumas coisas", disse Yoo Ho-yeol, especialistas em Coreia do Norte da Universidade da Coreia, em Seul.

Enriquecimento

A decisão de reativar o reator representa um golpe para a intenção chinesa de retomar o processo multilateral de desnuclearização da península da Coreia, levando um porta-voz da chancelaria em Pequim a lamentar a decisão.

Além de reativar o reator de 5 megawatts em Yongbyon, única fonte conhecida de plutônio para o programa nuclear norte-coreano, a KCNA disse que uma usina de enriquecimento de urânio também voltará a operar.

A usina servirá para enfrentar o que a KCNA descreveu como uma "aguda escassez de eletricidade", além de reforçar "a força nuclear armada".

Após sofrer sanções dos EUA por conduzir um teste nuclear de fevereiro, e diante de exercícios militares conjuntos de Washington e Seul na Coreia do Sul -vistos como "hostis" por Pyongyang-, a Coreia do Norte ameaçou invadir o país vizinho, lançar mísseis contra bases militares dos EUA no Pacífico e atacar o território norte-americano com armas atômicas.

Os EUA, que dizem não ver indícios de movimentações militares hostis da Coreia do Norte, mobilizaram durante a noite um navio militar na costa coreana, o USS McCain, um destroier usado na defesa antimísseis. Não estava clara qual era a posição do navio na terça-feira.

Antes, Washington havia reforçado sua presença militar realizando exercícios com bombardeiros e caças indetectáveis por radares na Coreia do Sul, numa rara demonstração de força.

Grande parte da retórica norte-coreana das últimas semanas tem sido uma repetição de explosões de raiva anteriores, mas sua intensidade e duração são uma novidade, levando a preocupações de que a tensão desencadeie confrontos.

Em Washington, um porta-voz a Casa Branca disse que os EUA levam a sério as ameaças norte-coreanas, mas observou que "não estamos vendo mudanças na postura militar norte-coreana, como mobilizações em grande escala e o posicionamento de forças".

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