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COP25 debate clima em Madri e mira avanço concreto

Um dos focos é a criação de um mecanismo para que países transacionem créditos de emissão de carbono, o que pode vir a ser a base de um mercado global

Amazônia: países têm falhado em ampliar redução da emissão de gases causadores do efeito estufa (Gustavo Basso/Getty Images)

Amazônia: países têm falhado em ampliar redução da emissão de gases causadores do efeito estufa (Gustavo Basso/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 06h46.

Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 07h07.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a COP25, começa nesta segunda-feira (2), em Madri reunindo especialistas e políticos de todo o mundo em torno de uma pauta que, surpreendentemente, segue cercada de controversa: as alterações climáticas.

O evento, que vai até 13 de dezembro, estava marcado inicialmente para o Chile, mas foi transferido por causa das incertezas geradas com a onda de protestos que toma conta do país desde o início de novembro.

A COP é realizada desde 1994, sempre reunindo debatedores e agentes políticos para tratar de medidas capazes de mitigar as alterações climáticas. Nesta edição, será aberta pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para quem as alterações climáticas são “o maior problema da humanidade”.

Guterres deve fazer um apelo para que líderes mundiais aumentem sua ambição para alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris, em 2015, quando os signatários se comprometeram a manter o avanços das temperaturas abaixo de 2 graus Celsius na comparação com os índices pré-revolução industrial.

Um dos focos do evento de Madri deve ser a criação de um mecanismo para que países transacionem créditos de emissão de carbono, o que pode vir a ser a base de um mercado global.

A falta de medidas mais concretas, como essa, e a falta de um envolvimento mais direto dos grandes países estão entre os fatores que fazem as emissões seguirem crescendo. Em 2017, a emissão de gases do efeito estufa cresceu 1,7%; em 2018, 2,7%; este ano, o índice deve voltar a crescer.

Entre os eventos que seguem impulsionando as emissões estão as queimadas, uma das pautas mais relevantes do Brasil em 2019. O desmatamento na Amazônia cresceu quase 30% entre agosto de 2018 e julho de 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O governo brasileiro, como se sabe, está no grupo daqueles que ignoram a importância do combate às alterações climáticas. Na semana passada, voltou a culpar ONGs pelo desmatamento após a prisão sem provas de ambientalistas que atuam no Pará. Além disso, Jair Bolsonaro afirmou que o ator Leonardo Di Caprio teria financiado queimadas na Amazônia.

O governo brasileiro será representado em Madri por uma dupla que não empolga ambientalistas: o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o chanceler, Ernesto Araújo.

Enquanto isso, novos líderes assumiram o comando da União Europeia neste domingo com a promessa de colocar as mudanças climáticas no topo da agenda. A alemã Ursula von der Leyden assumiu como presidente da Comissão Europeia e, nesta segunda-feira, já estará em Madri. “A Europa está liderança esse tópico e sabemos que precisamos ser ambiciosos”, afirmou. A COP 25, ao menos, voltará a mostrar quem está de fato comprometido. Mas avanços concretos são bem-vindos.

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