Conheça as melhores prisões do mundo
Alguns presídios em países como Noruega e Áustria não se parecem com presídios – pelo menos não com os que são padrão no Brasil; conheça três deles
Guilherme Dearo
Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 13h31.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h20.
Fundada em 1982, está localizada em uma ilha no sul da Noruega e conta com cerca de 115 prisioneiros, inclusive assassinos. Por lá, não existem cercas ou guardas armados. Os detentos têm as chaves de todas as portas e trancas. Eles têm acesso a praias, cavalos e até uma sauna. Além disso,podem ligar para seus familiares sempre que quiserem.Das 71 pessoas que trabalham na ilha, poucos são guardas. Três ou quatro ficam vigiando os presos durante a noite e não carregam armas.
Há uma praia onde os prisioneiros tomar sol no verão e pescam. Para se exercitar, uma quadra de tênis. Muitos vivem em pequenas cabanas de madeira pintadas de vermelho, onde há televisão, computador e livros. Outros vivem em um grande alojamento chamado "The Big House": uma mansão branca, no topo de uma colina, semelhante a um dormitório de faculdade. No jantar, eles têm um menu vasto: podem escolher entre peixe, salmão, camarões e frango.
A ideia é que a ilha funcione como uma pequena vila autossustentável. Há vacas, galinhas, pastos e plantações. Os presos trabalham para ganhar seu próprio sustento. Todos trabalham das 8h30 às 20h30 e recebem por isso. Alguns cuidam dos animais, outros cuidam do jardim e do bosque. Eles trabalham sem a vigia de guardas. Também há uma escola e uma biblioteca, onde eles podem ter aulas de computação, por exemplo.
A fuga é muito fácil: os barcos não são vigiados e a faixa de água que separa a ilha da costa não é extensa. Contudo, os presos preferem não fugir. Eles sabem que a pena pode ser aumentada e podem ser transferidos para um presídio de seguança máxima. O resultado: apenas 16% dos presos da ilha voltam a cometer um crime (a média nacional é de 20%; nos Estados Unidos, a reincidência é de mais de 40%).
Localizada no sudoeste da Noruega, na cidade de Halden, a Halden Prison foi inaugurada em 2010 e conta com cerca de 250 presos. A prisão tem muros, mas por dentro há muitas áreas verdes e espaços de convivência. Os presos são estimulados a gastar a maior parte do tempo fora de seus quartos. Apesar de ser a segunda maior prisão da Noruega e ser de segurança máxima, nenhuma das janelas do prédio possui grades.
Cada preso tem uma suíte confortável, que inclui frigobar e TV de tela plana. Os presos ainda convivem pacificamente com seus vigias. Almoçam ou jantam juntos e praticam esportes com eles. Metade dos guardas são mulheres. O governo acredita que isso encoraja o bom comportamento dos presos.
Para cada 10 ou 12 celas, há uma cozinha e uma sala de estar compartilhadas, onde os presos preparam suas próprias refeições e podem relaxar. Há televisão, poltronas e uma biblioteca. Há um ginásio de esportes onde até uma parede de escalada está à disposição dos condenados.
Para estimular o bom comportamento dos presos, a instituição gastou cerca de um milhão de dólares em fotografias, pinturas, grafitis e instalações de arte. Há um estúdio de música, onde eles podem aprender mixagem e fazer gravações. Também há aulas de violão e piano. Já na cozinha, eles têm aula de nutrição e culinária. Você pode ver um vídeo com mais imagens de Halden no YouTube.
O Centro de Justiça da cidade de Leoben, na Áustria , foi criado em 2004. O prédio é uma obra-prima da arquitetura: foi desenhado pelo arquiteto Josef Hohensinn. O prédio abriga cerca de 205 condenados.
Cada preso tem seu quarto com banheiro, pequena cozinha e televisão. Eles podem circular livremente pelas celas e pelos espaços de convivência. Há diversos espaços sem barras de segurança. Há salas de convivência, biblioteca e três campos com árvores e bancos.
Há uma quadra de basquete e uma sala de ginástica à disposição dos presos. Eles também podem cozinhar e usam as suas próprias roupas. O Leoben só recebe presos que foram condenados por crimes não-violentos, como roubos.
No prédio, os prisioneiros e visitantes se deparam com duas inscrições: "Todo ser humano nasce livre e igual em dignidade e direitos" e "Todas as pessoas privadas de sua liberdade devem ser tratadas com humanidade e respeito pela inerente dignidade do ser humano".
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