Mundo

Congresso dos EUA aprova abertura de processo de impeachment contra Biden

Maioria na Câmara, Republicanos acusam presidente de usar sua influência para permitir que seu filho fizesse negócios obscuros na China e na Ucrânia

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 20h53.

Última atualização em 13 de dezembro de 2023 às 21h04.

O Congresso dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira pela abertura de um processo de impeachment do presidente Joe Biden. Os republicanos, que detêm a maioria na Câmara dos Deputados desde janeiro, acusam Biden de usar sua influência quando era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017) para permitir que seu filho fizesse negócios obscuros na China e na Ucrânia.

As chances de destituição são praticamente nulas, mas a investigação pode se tornar uma dor de cabeça para a Casa Branca antes da eleição presidencial de novembro de 2024, na qual o democrata será candidato à reeleição.

— Joe Biden mentiu repetidamente para o povo americano — acusou o chefe da comissão de investigação, senador James Comer, no plenário da Câmara.

Diante do Congresso, Hunter Biden, de 50 anos, reconheceu ter cometido "erros" em sua vida, marcada por um passado de vícios e acusações em dois processos judiciais. No entanto, acusou "os trumpistas" de tentar "desumanizá-lo" para "prejudicar" seu pai, e se recusou a participar de uma audiência a portas fechadas organizada pelos republicanos, que o convocaram ao Capitólio nesta quarta-feira.

— Meu pai nunca esteve envolvido financeiramente em meus negócios — disse Hunter Biden em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Biden sempre apoiou seu filho, repetindo que tem orgulho dele.

'Respostas ao povo'

Um pedido de impeachment, há muito solicitado por representantes próximos ao ex-presidente republicano Donald Trump, já havia sido aberto contra Biden no verão do Hemisfério Norte. Em uma primeira audiência parlamentar no final de setembro, os especialistas questionados concordaram que não havia justificativa para a destituição de Biden no momento.

— Não há evidências de que o presidente Biden tenha se envolvido em qualquer conduta repreensível — disse o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, nesta quarta-feira.

No entanto, os republicanos acreditam que a abertura formal do processo lhes dará poderes adicionais e, portanto, novas oportunidades para incriminar o líder democrata.

— Chegou a hora de dar respostas ao povo americano — disse o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, nesta quarta-feira.

Trump indiciado duas vezes

A Constituição dos EUA estabelece que o Congresso pode destituir o presidente do cargo em casos de "traição, suborno ou outros crimes graves e contravenções". O procedimento é feito em duas etapas. A Câmara dos Deputados investiga e, por maioria simples, vota nas acusações contra o presidente: isso é chamado de impeachment.

Se a Câmara dos Deputados aprovar as acusações por maioria simples, o Senado instaura o processo de impeachment e condena o presidente. Nesse caso, ele provavelmente será absolvido porque o Senado é controlado pelos democratas.

Nenhum presidente dos EUA jamais foi destituído. Três, no entanto, foram indiciados: Andrew Johnson em 1868, Bill Clinton em 1998 e Trump em 2019 e 2021. Todos foram inocentados no processo. Richard Nixon optou por renunciar em 1974 para evitar a possibilidade de impeachment após o escândalo de Watergate.

Acompanhe tudo sobre:Joe BidenImpeachment

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA