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Congresso do Peru destitui ministério inteiro

A Constituição do país diz que se Congresso rejeitar um voto de confiança ao gabinete de um presidente duas vezes, este pode convocar eleições legislativas

Pedro Pablo Kuczynski: o presidente tem 72 horas para empossar um novo gabinete (Charles Platiau/Reuters)
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Reuters

Publicado em 15 de setembro de 2017 às 10h29.

Lima - O Congresso de maioria opositora do Peru destituiu o ministério inteiro do presidente de centro-direita, Pedro Pablo Kuczynski, por meio de uma moção de desconfiança aprovada na madrugada desta sexta-feira, mergulhando o país andino produtor de cobre em sua pior crise política em anos.

Kuczynski havia dito aos parlamentares, na quarta-feira, que eles teriam que dispensar todo o ministério se insistissem em forçar a saída de uma segunda ministra da Educação.

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Segundo a Constituição peruana, se o Congresso rejeitar um voto de confiança ao gabinete de um presidente duas vezes este pode convocar novas eleições legislativas.

Na quinta-feira, o partido de direita Força Popular, liderado pela rival presidencial derrotada Keiko Fujimori, respondeu ao pedido do primeiro-ministro, Fernando Zavala, para apoiar seu gabinete com um sonoro "não".

O Congresso unicameral do Peru, no qual a Força Popular tem maioria absoluta, rejeitou o gabinete de Zavala por 77 votos a 22.

Agora Kuczynski tem 72 horas para empossar um novo gabinete. Embora não possa renomear Zavala como premiê, pode fazê-lo com outros ministros.

Se for adiante, Kuczynski pode ter mais liberdade para governar durante os quatro anos restantes de seu mandato - caso a oposição evite uma nova confrontação por medo de perder sua maioria.

Mas vários parlamentares da oposição disseram que aceitariam de bom grado levar a batalha às urnas.

"Não temos medo de eles fecharem o Congresso", disse Hector Becerril, parlamentar linha-dura da Força Popular. "Estamos dispostos a buscar o apoio do povo novamente. E não conquistaremos 13 cadeiras, ou 73. Haverá 100 de nós!"

A votação ocorreu na véspera de uma viagem de oito dias de Kuczynski ao exterior, que inclui planos de jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira, um discurso à Assembleia Geral da ONU na terça-feira e um encontro com o papa Francisco no Vaticano.

Kuczynski, ex-banqueiro de Wall Street de 78 anos de idade que prometeu modernizar o Peru e retomar o crescimento econômico, tomou posse no ano passado com um dos mandatos mais fracos de qualquer presidente, já que derrotou Keiko com uma margem minúscula, enquanto seu partido só obteve uma porção pequena de assentos no Congresso.

Em um debate que se estendeu por mais de sete horas, parlamentares opositores retrataram Kuczynski como um lobista desconectado da realidade que carece de autoridade e representa um perigo ao país.

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