Congresso do Peru acusa ex-presidente Castillo de corrupção
O documento "declara a instauração de processo penal" contra Castillo por ser "o suposto autor dos crimes de organização criminosa agravada, tráfico de influência e conluio"
Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 19h23.
O Congresso peruano aprovou nesta sexta-feira, 17, a acusação do ex-presidente Pedro Castillo e de dois de seus ministros por corrupção e lavagem de dinheiro, o que permite ao Ministério Público instaurar ações penais contra o ex-presidente.
"Foi aprovada a resolução legislativa do Congresso que acusa o senhor Pedro Castillo, na qualidade de ex-presidente da república", disse o chefe do Legislativo, José Williams, após a votação que aprovou a proposta com 59 parlamentares a favor, 23, contra, e três abstenções.
O documento "declara a instauração de processo penal" contra Castillo por ser "o suposto autor dos crimes de organização criminosa agravada, tráfico de influência e conluio".
A tese do Ministério Público é de que o ex-presidente dirigia uma rede de corrupção, lavagem de dinheiro e concessão de obras públicas formada por seu entorno familiar e político. Os ex-ministros dos Transportes, Juan Silva, e da Habitação, Geiner Alvarado, também foram apontados pela votação no Congresso.
Durante o debate, as bancadas de esquerda defenderam Castillo, alegando que ele foi acusado em um processo sem provas.
O próprio Castillo, convidado a comparecer por videoconferência perante o plenário do Congresso para exercer seu direito de defesa, solicitou que sua apresentação fosse presencial, o que foi rejeitado pelo Parlamento.
O político está detido em uma prisão de Lima desde 7 de dezembro, acusado de rebelião, depois de tentar dissolver o Congresso e governar por decreto. Depois disso, o Legislativo o destituiu e nomeou Dina Boluarte, vice-presidente de Castillo, como presidente.
A saída de Castillo do poder desencadeou uma onda de protestos que deixaram 48 mortos pela repressão policial. Os manifestantes exigem a renúncia de Boluarte e novas eleições gerais.