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Congresso apoia cota social para ingressos da Copa

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, propôs reservar cerca de 10% do total dos ingressos para atender com preço reduzido idosos, estudantes e qualquer outra demanda que surgir

Beneficiários do Bolsa Família e dos povos indígenas podem entrar na cota de ingresso (Roberto Stuckert Filho/PR)

Beneficiários do Bolsa Família e dos povos indígenas podem entrar na cota de ingresso (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 19h34.

Brasília - A proposta da Fifa de restringir a uma cota social o direito a meia-entrada de setores da sociedade durante a Copa do Mundo de 2014 ganhou eco no Congresso nesta quarta-feira. O relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), deu a questão como resolvida e outros integrantes da comissão que discute o tema também concordaram com a entidade. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, propôs reservar cerca de 10% do total dos ingressos para atender com preço reduzido idosos, estudantes e qualquer outra demanda que surgir, como a dos beneficiários do Bolsa Família e dos povos indígenas.

Para o relator, a chamada categoria 4 vai além do que se esperava receber da entidade. "Foi além das nossas expectativas. Quem ia pagar meia-entrada em um ingresso de US$ 300,00, ou seja, US$ 150,00, agora poderá pagar US$ 25,00". Ele destacou que esta categoria no Brasil será mais ampla do que foi na África do Sul em 2010, onde o benefício foi concentrado às camadas mais pobres da população. Vicente Cândido adiantou que pretende incluir já na Lei Geral da Copa a reserva dos ingressos aos setores que serão atendidos pela cota social.

O presidente da comissão, Renan Filho (PMDB-AL), faz avaliação semelhante. Para ele, a categoria 4 foi uma forma de chegar a um acordo entre as leis brasileiras e os objetivos da Fifa. Renan Filho acredita que os problemas sobre o tema já estão resolvidos. "A vinda do Jérôme Valcke pacificou esses assuntos mais conflitantes".

Mesmo na oposição a recepção foi boa. O deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) reclamou somente do porcentual destinado a estes ingressos com preços mais baixos. "Acho que teria de ficar de 20% a 30% de cota social em todos os jogos e podendo aumentar em partidas de menor expressão".


Uma das raras vozes dissonantes é o ex-jogador e deputado Romário (PSB-RJ), opositor frequente da Fifa e da CBF. Ele promete apresentar emendas em defesa da meia-entrada. "É uma solução prática para a Fifa não ceder às exigências das leis brasileiras. Isso é uma tentativa para que a comissão desvie a atenção, mas a mim eles não vão pegar. Vou fazer emendas para a meia-entrada mesmo com essa promessa de categoria 4". Romário destacou que as partidas da fase final da Copa do Mundo terão ingressos mais caros e com um porcentual menor para a chamada cota social.

Além da questão dos ingressos, a presença de Valcke no Brasil parece ter garantido de vez a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o evento. Vicente Cândido já tinha anunciado que o tema estaria em seu relatório e nisso até Romário concorda com ele. "Se colocar critérios e a Fifa fiscalizar, não tem problema de vender cerveja", disse o ex-jogador.

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