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Conflito na Síria será tema de cúpula do G8

Às vésperas da reunião das grandes potências industrializadas, os Estados Unidos aumentaram a tensão global ao prometer "apoio militar" aos rebeldes sírios


	G8: O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os demais líderes ocidentais poderão conversar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad.
 (Getty Images)

G8: O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os demais líderes ocidentais poderão conversar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 15h01.

Londres - O conflito sírio surge como tema central da reunião de cúpula do G8, que será realizada segunda e terça-feira na Irlanda do Norte, onde também serão discutidos o avanço do comércio mundial e a luta contra a evasão fiscal.

Às vésperas da reunião das grandes potências industrializadas, os Estados Unidos aumentaram a tensão global ao prometer "apoio militar" aos rebeldes sírios, depois de terem acusado claramente o regime de Bashar al-Assad de utilizar armas químicas no confronto.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, anunciou imediatamente que o G8 vai debater a resposta "forte, determinada e coordenada" que esta crise requer.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os demais líderes ocidentais poderão conversar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad.

A Rússia já saiu em defesa do presidente sírio nesta sexta-feira, ao avaliar que as acusações americanas "não são convincentes", e que aumentar a ajuda aos rebeldes "complicará" os esforços de paz.

É provável que a situação da Síria modifique a agenda de reuniões do G8, que serão realizadas no luxuoso complexo hoteleiro de Lough Erne, no interior da Irlanda do Norte.

É possível que a cúpula comece com um gesto forte na segunda-feira: o lançamento de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE), uma parceria que representa cerca de 40% das trocas comerciais do mundo.


Porém, uma eventual cerimônia nesta segunda-feira com o presidente americano, Barack Obama, está condicionada a um acordo entre os europeus, que seguia incerto, embora os ministros do Comércio dos 27 países busquem um compromisso nesta sexta-feira, em Luxemburgo. Já a França parece decidida a bloquear o acordo, caso a exceção cultural do setor audiovisual não seja considerada.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez do assunto uma de suas prioridades. "Não existe maneira melhor de demonstrar nosso compromisso" para promover o crescimento do que "negociar um acordo comercial entre a UE e EUA", disse.

"Precisamos encontrar a ambição e a vontade política para conseguir isto. Vale a pena porque este acordo injetaria 100 bilhões de euros (133 bilhões de dólares) na economia mundial", insistiu.

Luta contra a evasão fiscal

Os chefes de Estado e de governo dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão e Rússia discutirão também a situação econômica global em um contexto de recuperação fragmentada.

Não se espera uma nova iniciativa neste âmbito, embora o presidente francês, François Hollande, tenha aconselhado o G8 a enviar ao mundo "uma mensagem forte sobre o crescimento e o emprego".

Sobre essa questão, o novo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, alertou que tem a "intenção de dar uma contribuição efetiva", promovendo sua nova política econômica, a chamada "Abenomics", que tem como base o abandono da austeridade.


A luta contra a evasão e a fraude fiscal, uma das grandes preocupações da opinião pública ocidental, dominará a última sessão da cúpula, na terça-feira à tarde. "Existe um verdadeiro impulso internacional para o avanço", mas nenhuma medida importante será anunciada na reunião do G8, esclareceu uma fonte europeia.

Os dirigentes podem indicar, ainda, "sua intenção de avançar na generalização das trocas automáticas de informações entre as administrações fiscais", entre os diferentes países, e entre estes e os bancos.

A pressão sobre os dirigentes aumentou nos últimos meses com as revelações do "offshore leaks", além de uma série de escândalos em vários países. Juízes que atuam contra a corrupção, apoiados por ONGs como a Transparência Internacional, apelaram ao G8 para que combata com força "a grande corrupção", destacando que isso "será impossível sem a ajuda do sistema financeiro mundial".

Na luta contra o terrorismo, Cameron deseja que o G8 chegue a um acordo para rejeitar o pagamento de resgates em sequestros. "Isso atingiria as fontes de financiamento das organizações terroristas e reduziria a motivação de sequestros de nossos cidadãos", disse.

É possível que Obama seja consultado por outros líderes a respeito do constrangedor caso Snowden, que delatou a extensa operação de monitoramento de informações pessoais promovida pelos serviços secretos americanos. Os europeus já expressaram sua preocupação e pediram explicações a Washington.

Em Lough Erne, os dirigentes se juntarão a alguns convidados, como o presidente do México, Enrique Peña Nieto, para o almoço de terça-feira.

O ambiente será de tranquilidade total. A sede da reunião é rodeada por lagos e bosques, em uma península que será protegida por cerca de oito mil policiais e por aviões não tripulados. As tradicionais manifestações anti-G8 serão realizadas nas distantes Belfast e Londres.

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