Mundo

Conferência do clima chega ao último dia sem acordo

Diplomatas trabalhavam em uma série de temas, entre elas a possível ampliação do Protocolo de Kyoto para além de 2012

O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado: otimista por um bom resultado (Divulgação/MRE)

O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado: otimista por um bom resultado (Divulgação/MRE)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2010 às 10h53.

Cancún - Negociadores de vários países estenderam as discussões pela madrugada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16), em Cancún, no México, para tentar fechar um pacote de acordos a fim de reduzir o ritmo do aquecimento global. A conferência termina hoje, e, até o momento, um acordo climático parecia uma meta difícil de ser alcançada.

Os diplomatas trabalhavam em uma série de temas, entre elas a possível ampliação do Protocolo de Kyoto para além de 2012 ou a possibilidade de um novo acordo; o uso de um método comum para mensurar, reportar e verificar as reduções de emissões; e a confirmação dos compromissos dos países ricos, feitos em Copenhague há um ano, de destinar bilhões de dólares para o combate às mudanças climáticas nas nações pobres.

O Japão advertiu que não participará da ampliação do Protocolo de Kyoto, a menos que grandes emissores de gases causadores do efeito estufa, como Estados Unidos e China, também assinem o documento com compromissos iguais aos dos outros países. Os EUA firmaram, mas não ratificaram o Protocolo de Kyoto. A China firmou o tratado, mas por ser uma nação em desenvolvimento tem metas apenas voluntárias na redução de emissões. A China e outras nações em desenvolvimento criticaram a posição japonesa, enquanto Washington busca encorajar um novo acordo baseado nos compromissos fechados anteriormente em Copenhague.

O vice-diretor-geral japonês para Assuntos Globais, Akira Yamada disse no fim da quinta-feira que as conversas iam bem. "Nós pensamos que é possível chegar a um acordo", afirmou.

Representantes de Brasil e Venezuela também se mostraram otimistas sobre a possibilidade de um acordo, apesar de preferirem a extensão do Protocolo de Kyoto. "Nós estamos nos envolvendo bastante com as outras partes e isso é um bom sinal", disse o enviado brasileiro para o clima, Luiz Alberto Figueiredo Machado. "As partes estão negociando os temas mais difíceis, eu estou otimista de que possamos chegar a um bom resultado."

A enviada venezuelana, Claudia Salerno, também se mostrou otimista quanto à possibilidade de haver algum acordo, apesar de notar que há muitas questões a resolver. "Apesar das diferenças, a prontidão dos países a alcançar um acordo é grande", afirmou ela. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:COP16Meio ambientePreservação ambientalProtocolo de Kyoto

Mais de Mundo

Proposta do governo Milei pede redução da maioridade penal para 13 anos na Argentina

Putin diz que Rússia deveria produzir mísseis de médio alcance, proibidos por tratado da Guerra Fria

ONG denuncia 46 prisões políticas durante campanha eleitoral na Venezuela

Governadora Gretchen: quem é a democrata cotada para substituir Biden contra Trump

Mais na Exame