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Comunistas do Vietnã questionam Obama sobre rap e maconha

Diante de várias centenas de jovens vietnamitas reunidos em Ho Chi Minh, a antiga Saigon, Barack Obama participou de um jogo de perguntas e respostas

Vietnã: diante de várias centenas de jovens vietnamitas reunidos em Ho Chi Minh, a antiga Saigon, Barack Obama participou de um jogo de perguntas e respostas (Carlos Barria / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2016 às 10h00.

Jovens do Vietnã tiveram nesta quarta-feira um diálogo político com o presidente americano, Barack Obama , que falou de suas ambições juvenis e de suas opiniões sobre o rap e o consumo de maconha , algo impensável de acontecer com os líderes do país, governado pelo Partido Comunista.

Diante de várias centenas de jovens vietnamitas reunidos em Ho Chi Minh, a antiga Saigon, Barack Obama participou de um jogo de perguntas e respostas.

Uma rapper relativamente conhecida, Suboi, ao explicar a ele como era difícil exercer sua arte no país, entoou ao líder americano um rap em vietnamita.

Obama lembrou então a história do rap, "que começou como um meio de expressão para os afro-americanos pobres" e depois se converteu em um fenômeno global.

"Imaginem se na época o governo tivesse dito 'não' ao rap, alegando que algumas palavras são ofensivas", acrescentou, referindo-se à restrição da liberdade de expressão no Vietnã, onde o espaço público é estritamente controlado pelo partido único.

"Se tentam suprimir as artes, acabam suprimindo os sonhos mais profundos" das pessoas, afirmou o presidente americano.

"Senhor presidente, você é tão bonito!", disse um jovem vietnamita antes de fazer sua pergunta, provocando risadas na plateia. "Você pode parar por ai se quiser", respondeu sorrindo Obama, com um tom que contrasta com o estilo rigoroso das autoridades do partido comunista vietnamita, que monopolizam habitualmente a palavra pública através dos meios controlados pelo Estado.

Outro jovem se atreveu a perguntar se informações divulgadas na internet de que Obama teria fumado maconha na juventude eram verdadeiras. "Não sei se isso é verdade", respondeu o presidente, fazendo um alerta: "Não acredite em tudo o que dizem na internet", respondeu Obama.

Todos os jovens reunidos eram membros da YSEALI (Young Southeast Asian Leaders Initiative), um programa americano de formação de "líderes do futuro" que Barack Obama espera que seja mantido por seu sucessor na Casa Branca.

Várias vezes, os temas sobre sua trajetória política e seus sonhos de juventude foram citados no encontro, após um início repleto de perguntas bastante formais.

Sonhar com um pai

O presidente americano lembrou que cresceu sem um pai, sendo educado pela mãe e pelos avós.

Após um período de raiva, "ao crescer me dei conta de que, em vez de me preocupar pela ausência do meu pai, deveria me perguntar o que podia fazer para assumir mais responsabilidades em minha própria vida", explicou diante de um auditório atento.

Nas ruas de Ho Chi Minh - muitos continuam chamando de Saigon - milhares de pessoas se reuniram durante a passagem do comboio de Obama, com bandeiras e cartazes com as frases: "Bem-vindo a Saigon, senhor presidente, te amamos".

Este é um ambiente de festa incomum num país onde as manifestações são proibidas e as vozes discordantes ou opositoras caladas.

Na multidão, Tran Huu Duy, de 22 anos, jovem formado em Arte, lamenta não ter participado do debate.

Barack Obama "é o homem mais poderoso do mundo, mas é muito próximo do povo, não é como nossos líderes, que a única coisa que fazem é usar ternos e recitar estereótipos".

"Os líderes no Vietnã não são uma fonte de inspiração para os jovens. Se uma pessoa quer se tornar líder aqui, deve ter dinheiro ou familiares bem colocados entre as instâncias comunistas", acrescentou.

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Jovens do Vietnã tiveram nesta quarta-feira um diálogo político com o presidente americano, Barack Obama , que falou de suas ambições juvenis e de suas opiniões sobre o rap e o consumo de maconha , algo impensável de acontecer com os líderes do país, governado pelo Partido Comunista.

Diante de várias centenas de jovens vietnamitas reunidos em Ho Chi Minh, a antiga Saigon, Barack Obama participou de um jogo de perguntas e respostas.

Uma rapper relativamente conhecida, Suboi, ao explicar a ele como era difícil exercer sua arte no país, entoou ao líder americano um rap em vietnamita.

Obama lembrou então a história do rap, "que começou como um meio de expressão para os afro-americanos pobres" e depois se converteu em um fenômeno global.

"Imaginem se na época o governo tivesse dito 'não' ao rap, alegando que algumas palavras são ofensivas", acrescentou, referindo-se à restrição da liberdade de expressão no Vietnã, onde o espaço público é estritamente controlado pelo partido único.

"Se tentam suprimir as artes, acabam suprimindo os sonhos mais profundos" das pessoas, afirmou o presidente americano.

"Senhor presidente, você é tão bonito!", disse um jovem vietnamita antes de fazer sua pergunta, provocando risadas na plateia. "Você pode parar por ai se quiser", respondeu sorrindo Obama, com um tom que contrasta com o estilo rigoroso das autoridades do partido comunista vietnamita, que monopolizam habitualmente a palavra pública através dos meios controlados pelo Estado.

Outro jovem se atreveu a perguntar se informações divulgadas na internet de que Obama teria fumado maconha na juventude eram verdadeiras. "Não sei se isso é verdade", respondeu o presidente, fazendo um alerta: "Não acredite em tudo o que dizem na internet", respondeu Obama.

Todos os jovens reunidos eram membros da YSEALI (Young Southeast Asian Leaders Initiative), um programa americano de formação de "líderes do futuro" que Barack Obama espera que seja mantido por seu sucessor na Casa Branca.

Várias vezes, os temas sobre sua trajetória política e seus sonhos de juventude foram citados no encontro, após um início repleto de perguntas bastante formais.

Sonhar com um pai

O presidente americano lembrou que cresceu sem um pai, sendo educado pela mãe e pelos avós.

Após um período de raiva, "ao crescer me dei conta de que, em vez de me preocupar pela ausência do meu pai, deveria me perguntar o que podia fazer para assumir mais responsabilidades em minha própria vida", explicou diante de um auditório atento.

Nas ruas de Ho Chi Minh - muitos continuam chamando de Saigon - milhares de pessoas se reuniram durante a passagem do comboio de Obama, com bandeiras e cartazes com as frases: "Bem-vindo a Saigon, senhor presidente, te amamos".

Este é um ambiente de festa incomum num país onde as manifestações são proibidas e as vozes discordantes ou opositoras caladas.

Na multidão, Tran Huu Duy, de 22 anos, jovem formado em Arte, lamenta não ter participado do debate.

Barack Obama "é o homem mais poderoso do mundo, mas é muito próximo do povo, não é como nossos líderes, que a única coisa que fazem é usar ternos e recitar estereótipos".

"Os líderes no Vietnã não são uma fonte de inspiração para os jovens. Se uma pessoa quer se tornar líder aqui, deve ter dinheiro ou familiares bem colocados entre as instâncias comunistas", acrescentou.

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