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Como Trump vem ganhando apoio de parte do Vale do Silício

Republicano começa a receber apoio e dinheiro de uma região historicamente classificada como liberal

Trump apresenta J.D. Vance como seu vice na chapa que vai disputar a eleição de novembro (Joe Raedle/AFP)

Trump apresenta J.D. Vance como seu vice na chapa que vai disputar a eleição de novembro (Joe Raedle/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 16 de julho de 2024 às 10h16.

Última atualização em 16 de julho de 2024 às 10h29.

O bilionário Elon Musk, dono de Tesla, SpaceX, X e Neuralink, disse que planeja doar cerca de US$ 45 milhões por mês para um Super PAC recém-formado que apoia a candidatura de Donald Trump à Casa Branca, segundo informou o Wall Street Journal na segunda-feira.

Musk não havia dado nenhum dinheiro a esse grupo, chamado America PAC, até o final de junho, de acordo com um relatório financeiro trimestral apresentado à Comissão Eleitoral Federal (FEC, sigla em inglês).

O Super PAC, formado no final de maio, vem recebendo doações de figuras pesadas do empresariado norte-americano, incluindo o cofundador da Palantir (empresa de softwares), Joe Lonsdale, e os bilionários Cameron e Tyler Winklevoss, ligados a criptomoedas, de acordo com a CNBC.

Lonsdale doou US$ 1 milhão ao America PAC por meio da Lonsdale Enterprises, uma entidade ligada ao investidor. Já cada um dos gêmeos Winklevoss doou US$ 250 mil ao Super PAC, mostrou o documento da FEC.

Até o final de junho, o America PAC arrecadou US$ 8,8 milhões e gastou US$ 7,8 milhões,, de acordo com o documento da FEC.

Por que o apoio do Vale do Silício?

O Vale do Silício, localizado na parte sul da região da Baía de São Francisco, na Califórnia, é há muito considerada uma das regiões mais liberais dos EUA, mas alguns grandes executivos de lá, desencantados com as posições do presidente Joe Biden em matéria de regulamentação e impostos, têm-se inclinado politicamente para a direita.

Trump, por sua vez, atuou junto a empreendedores e investidores de risco com tendências libertárias, com promessas de proteger a liberdade de expressão e apoiar a indústria de criptomoedas.

Musk, por exemplo, apoiou oficialmente Trump no sábado, logo após uma tentativa de assassinato do candidato republicano em um comício em Butler, Pensilvânia. “A última vez que a América teve um candidato tão 'casca-grossa' foi Theodore Roosevelt”, escreveu Musk no X. O bilionário de fundos de hedge Bill Ackman também disse no sábado que estava endossando Trump “formalmente”.

Musk também elogiou a “excelente” escolha de Trump por J.D. Vance, senador por Ohio, para ser seu vice. Musk já havia apoiado democratas, incluindo Biden, Hillary Clinton e Barack Obama.

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Jacob Helberg, executivo da Palantir e doador antigo de Trump, disse que Vance era “uma escolha pró-tecnologia e pró-América que será um defensor extraordinário da agenda do presidente Trump e do povo americano”.

Vance, aliás, tem laços de longa data com alguns figurões do Vale do Silício, segundo o Financial Times. Ele trabalhou para o fundo Mithril Capital, de Peter Thiel (c0-fundador da Palantir e da PayPal), em São Francisco, entre 2015 e 2017, e mais tarde para o fundo Revolution, com sede em Washington, fundado pelo presidente-executivo da AOL, Steve Case.

Thiel doou US$ 15 milhões para apoiar a candidatura de Vance ao Senado em 2022, de acordo com registros eleitorais federais.

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