Mundo

Como a Grécia conseguiu driblar o coronavírus com 3 medidas vencedoras

Cenário econômico incerto e alta população idosa poderia ter sido barril de pólvora para a covid-19 no país, mas atuação do primeiro-ministro foi decisiva

Grécia: país tem leitos de UTI sobrando e menos de 150 mortes pela doença (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Grécia: país tem leitos de UTI sobrando e menos de 150 mortes pela doença (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 5 de maio de 2020 às 15h51.

Última atualização em 5 de maio de 2020 às 18h21.

Com a segunda maior população idosa da Europa e uma crise econômica que se arrasta desde 2009, a Grécia corria o risco de se tornar um dos maiores focos do coronavírus na Europa. Mas não foi isso que aconteceu. Com apenas 2.632 pessoas infectadas e menos de 150 mortes, estão sobrando leitos de UTI no país, que está vencendo o vírus com medidas enérgicas.

Para evitar um cenário catastrófico como o da Itália ou da Espanha, países com mais de 212.000 casos da doença, o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, de 52 anos, tomou as rédeas da situação rapidamente.

Quando o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no país, no dia 26 de fevereiro, o governo da Grécia imediatamente cancelou todos os eventos públicos, incluindo o Carnaval. Essa foi a primeira medida importante para proteger a população contra a covid-19.

No dia 10 de março, as aulas foram suspensas em todas as escolas e universidades. Logo em seguida, bares e restaurantes seguiram a mesma determinação. Foi o segundo pilar da estratégia para evitar a disseminação descontrolada do vírus pelo país.

Em meados de março, começou uma quarentena com regras rígidas, com restrições para a circulação de pessoas, carros e transporte público. Mesmo assim, diante da situação de calamidade pública que se instalou em outros países europeus, a Grécia resolveu determinar um lockdown.

Sair de casa se tornou um luxo reservado praticamente apenas aos médicos, enfermeiros, policiais e outras categorias profissionais consideradas essenciais. Essa foi a terceira medida fundamental para achatar a curva da covid-19 no país.

O conjunto de estratégias adotado pela Grécia para vencer a covid-19 começou a ser considerado um sucesso mundial. O número de casos confirmados de coronavírus vem diminuindo desde o dia 23 de abril. No último dia 1º, o país comemorou mais uma vitória contra a covid-19, com apenas 11 novos casos registrados. Desde o último sábado, dia 2, já são menos de dez novos pacientes por dia. A tendência é que os números continuem a cair.

“Fizemos tudo do jeito certo e por isso estamos conseguindo sair dessa crise”, disse Mitsotakis em um pronunciamento nesta segunda-feira, 4. O país começou a reabrir aos poucos sua economia. Cerca de 30% dos setores de comércio e serviços aos poucos recomeçaram a atender clientes nesta segunda, 4.

Resta a preocupação em relação ao impacto da pandemia no setor de turismo, que responde por 20% do PIB da Grécia. Com a proximidade do verão, que começa em 21 de junho no hemisfério norte, as praias da Grécia normalmente estariam lotadas, assim como as cidades históricas e monumentos. Não é isso que deve acontecer este ano. Mas, para um país campeão no combate ao coronavírus, que já fez mais de 254 mil vítimas no mundo, este deverá ser só mais um desafio.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEspanhaEuropaGréciaItáliaMortes

Mais de Mundo

Apoiadores de Evo Morales ocupam quartel e mantêm 20 militares como reféns na Bolívia

Cristina Kirchner presidirá principal partido de oposição a Milei

Itamaraty diz que tom da Venezuela é 'ofensivo' e traz 'ataques pessoais'

Emei Kung Fu Girls: Grupo chinês ganha o mundo com artes marciais e cultura