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Comissão que investiga acidente em Gênova aconselha demolição de ponte

Depois do desabamento do dia 14, que matou 43 pessoas, os pilares da ponte de Gênova foram comprometidos e ela pode voltar a desabar

Desabamento: cerca de 600 moradores tiveram que abandonar suas casas por conta do desabamento (Stefano Rellandini/Reuters)
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EFE

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 12h02.

Roma - A comissão formada pelo Ministério de Infraestruturas da Itália para esclarecer as causas do acidente do dia 14 em Gênova considera necessário demolir o que sobrou da ponte Morandi para evitar novos desabamentos, informou nesta quarta-feira a imprensa italiana.

A comissão enviou um relatório ao ministério italiano no qual menciona "uma situação de perigo" em um dos pilares da ponte, que corre o "risco de ruir", disse a delegada do governo em Gênova, Fiamma Spena, aos veículos de imprensa.

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Spena manteve uma reunião na cidade italiana com membros do governo nacional e com os técnicos da comissão, que é dirigida pelo arquiteto Roberto Ferrazza.

A necessidade de remover o que sobrou da ponte foi defendida nos últimos dias pelo presidente da região da Ligúria, Giovanni Toti, que exigiu ao Executivo nacional que agisse "o mais rápido possível".

Para Toti, é essencial começar os trabalhos para "garantir a segurança na área" de maior risco, que foi desocupada e onde não trabalham as equipes que retiram os escombros, e para acelerar a reconstrução.

No dia 14 de agosto, um trecho da ponte Morandi veio abaixo e causou 43 mortes.

Desde então, as equipes de emergência estão limpando a área e o espaço considerado como marco zero foi desocupado para prevenir possíveis desabamentos das estruturas que permanecem de pé.

A ponte foi construída acima de edifícios residenciais e cerca de 600 moradores tiveram que abandonar suas casas.

As autoridades locais já alojaram em residências temporárias em torno de 20 pessoas e devem fazer o mesmo com o restante nos próximos meses.

O Ministério Público de Gênova abriu uma investigação para esclarecer as causas do acidente e o Ministério de Infraestruturas formou uma comissão que realiza uma investigação paralela.

O governo acusa a concessionária Autostrade per l'Italia, que pertence ao grupo Atlantia, de ser a responsável por não realizar os controles de manutenção necessários, depois que soube que a empresa estava assentando o pavimento e que engenheiros e especialistas tinham advertido no passado sobre o estado da ponte.

A concessionária anunciou que mobilizará um fundo de 500 milhões de euros para reconstruir o viaduto em oito meses e suspendeu a cobrança do pedágio nas estradas que administra na cidade italiana.

A companhia recebeu em 19 de agosto uma carta do Ministério de Infraestruturas na qual o mesmo lhe concedia um prazo de 15 dias para apresentar alegações e oferecer explicações sobre suas ações anteriores ao acidente.

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