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Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 14h54.
Roma - O julgamento do prelado Nunzio Scarano, ex-funcionário do Vaticano acusado de corrupção e tentativa de lavagem de dinheiro, começou nesta terça-feira em Roma, na ausência do acusado, anunciaram meios de comunicação italianos.
O tribunal de Roma procedeu com a constituição das partes civis e imediatamente encaminhou a audiência para 13 de dezembro, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação.
Scarano foi preso em 28 de junho pela polícia italiana por suspeita de ter servido de "laranja" para transferências suspeitas realizadas de Mônaco através do Banco do Vaticano (IOR).
O prelado, suspenso de suas funções, era chefe de contabilidade da APSA, a instituição que administra os bens do Vaticano.
Segundo os investigadores, o bispo Scarano supostamente utilizou as contas bancárias do IOR para fazer transferências em nome de seus amigos, entre outras coisas para tentar repatriar da Suíça € 20 milhões provenientes de evasão fiscal e pertencentes a uma família napolitana.
De acordo com o Corriere del Mezzogiorno, Scarano está em Salerno (sul), sob prisão domiciliar.
Em uma carta enviada em julho ao Papa Francisco, Scarano protestou a sua inocência e acusou outros cardeais de mascararem com o caso os "abusos"financeiros.
No avião que o levou em 29 de julho do Rio de Janeiro para Roma, Francisco declarou à imprensa que não estimava Scarano. "Temos este senhor na prisão, acho que ele vai ficar na prisão. Ele não foi para a prisão porque se parecia com a Beata Imelda, ele não é abençoado!", brincou.
A Beata Imelda era uma pequena mística italiana que morreu aos 12 anos de idade no século XIV e que virou um símbolo de inocência.