Comandantes militares declaram "apoio irrestrito" a Maduro
Os chavistas decretaram que os opositores que pedem uma transição com o apoio dos EUA serão investigados por traição
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 07h03.
O alto comando da Força Armada venezuelana reafirmou nesta terça-feira seu apoio ao presidente Nicolás Maduro , nas vésperas de sua posse para um segundo mandato, não reconhecido pelo Parlamento e por grande parte da comunidade internacional.
A Força Armada manifesta "irrestrito apoio e lealdade absoluta ao cidadão Nicolás Maduro como presidente constitucional" e "comandante para o período 2019-2025", declarou o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, acompanhado da cúpula militar.
Maduro será empossado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), e não pelo Legislativo, controlado pela oposição e que ignora sua reeleição.
Maikel Moreno, presidente do TSJ, convocou Maduro para a posse às 10h local (12h Brasília) desta quinta-feira.
O Parlamento, que qualificou Maduro de "usurpador" no sábado passado, começou nesta terça-feira a debater fórmulas para promover a "transição política" na Venezuela.
Padrino manifestou sua "profunda indignação e rejeição categórica" à declaração do Grupo de Lima, que com o apoio dos Estados Unidos pediu - na sexta-feira passada - que o líder venezuelano entregasse o poder à Assembleia Nacional, controlada pela oposição.
Nesta terça-feira, a Assembleia Constituinte, integrada por representantes do chavismo, decretou que os opositores que apoiaram a declaração do Grupo de Lima serão investigados por traição à pátria.
Ordenamos uma "investigação imediata por traição à pátria sobre todos que aderiram à declaração do mal do chamado Grupo de Lima", disse o presidente da Constituinte, Diosdado Cabello.
A declaração do Grupo de Lima incluiu um ponto que rejeita "qualquer provocação ou movimentação militar que ameace a paz e a região", e pede a Maduro que desista de "ações que violem os direitos soberanos de seus vizinhos".
Em relação a este ponto, Cabello declarou que "a defesa da nossa soberania é uma questão de Estado que está acima de qualquer divergência política ou ideológica".