Trump: democratas precisam convencer quatro senadores do partido do presidente para que processo vá em frente (Yuri Gripas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 06h13.
Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 06h58.
São Paulo — A sexta-feira deverá ser decisiva no processo de impeachment do presidente Donald Trump. A expectativa é que os senadores americanos coloquem em votação a possibilidade de o Senado convocar testemunhas para depor no processo que julga se Trump deve ser removido do cargo.
Se a proposta for rejeitada pelo Senado – onde o Partido Republicano tem maioria –, a expectativa é que os senadores republicanos pressionem para encerrar a análise do processo e colocar a proposta de impeachment em votação no plenário.
Se isso acontecer, o impeachment pode ser encerrado já nesta sexta-feira, duas semanas depois do início no Senado. Isso faria que o julgamento contra Trump se tornasse o mais curto na história. O caso mais rápido a passar no Senado até hoje é o de Bill Clinton, que teve duração de um mês.
Na noite de quinta-feira, os senadores democratas fizeram discursos a favor da convocação de testemunhas na tentativa de convencer a ala moderada do Partido Republicano a votar pela aprovação.
Depois do fim da sessão de quinta, a republicana Susan Collins divulgou um comunicado dizendo que votará a favor da convocação. Outra republicana, Lisa Murkowski, afirmou que iria refletir sobre a questão. Já o senador Lamar Alexander, também do Partido Republicano, afirmou que votará contra. O voto dele era uma grande esperança para os democratas.
É necessário que pelo menos quatro senadores republicanos votem a favor da convocação para que o processo continue. Os republicanos têm maioria no Senado e contam com 53 votos. Já os democratas têm 45. Outros dois senadores não têm partido, totalizando 100 votos.
A esperança dos democratas é aprovar a intimação de testemunhas para que John Bolton, ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca, seja chamado a depor.
Na semana passada, o jornal New York Times revelou que Bolton prepara o lançamento de um livro em que conta ter ouvido diretamente de Trump que a ajuda militar à Ucrânia seria bloqueada para pressionar o governo ucraniano a entregar informações sobre o candidato democrata Joe Biden e seu filho Hunter Biden para a campanha de Trump.
O depoimento de Bolton poderia ser devastador para Trump, uma vez que, pela primeira vez, poderia haver evidências de que o presidente usou o cargo em benefício político próprio, o que configura um crime de abuso de poder.
Durante o processo de impeachment na Câmara, a Casa Branca bloqueou todas as tentativas de convocar testemunhas diretamente envolvidas no caso. A chance de Trump passar ileso pelo impeachment é agora.