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Com medo da 2ª onda de covid-19, Europa quer treinar "exército" de médicos

Os países europeus querem formar um "exército" de médicos de reserva para trabalhar em alas com pacientes gravemente doentes

Coronavírus: países europeus se preparam para uma possível 2ª onda de contaminação (Fabrizio Villa/Getty Images)

Coronavírus: países europeus se preparam para uma possível 2ª onda de contaminação (Fabrizio Villa/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de junho de 2020 às 13h56.

Última atualização em 22 de junho de 2020 às 14h10.

Os europeus estão desfrutando do relaxamento gradual das medidas de isolamento decretadas para combater o coronavírus, mas os hospitais de diversos países já estão se preparando para uma possível próxima onda de infecções.

Alguns especialistas em tratamento intensivo estão tentando contratar mais funcionários permanentes, e outros querem criar um "exército" de profissionais médicos de reserva pronto para ser acionado onde for necessário para trabalhar em alas com pacientes gravemente doentes.

Países europeus vêm dando aos médicos cursos relâmpago sobre como lidar com pacientes com covid-19, e agora estão procurando maneiras de retreinar equipes para evitar a falta de trabalhadores essenciais se surgir uma segunda onda do novo coronavírus.

"Precisamos de um exército de profissionais de saúde", disse Maurizio Cecconi, presidente eleito da Sociedade Europeia de Medicina de Tratamento Intensivo (ESICM), que reúne médicos de todo o mundo que trabalham em alas com pacientes gravemente doentes.

Cecconi, que comanda o departamento de tratamento intensivo do hospital Humanitas, de Milão, diz que o corpo médico precisa ser mais flexível no trabalho que faz, e também mais móvel.

"Se houver outra onda grande, deveríamos estar preparados para enviar médicos e enfermeiras de regiões próximas dentro da Itália. Isto não aconteceu muito na primeira onda", disse ele à Reuters.

Muitos países foram pegos de surpresa pela pandemia de covid-19 em março e abril, e tiveram de treinar médicos às pressas para trabalhar com pacientes com casos graves da doença de forma a aumentar os quadros e substituir os que adoeceram.

Alguns enviaram estudantes de medicina e médicos aposentados para ajudar em unidades de tratamento intensivo quando as equipes dos hospitais ficaram sobrecarregadas. Os mais atingidos pela pandemia tiveram de disponibilizar mais leitos e equipamentos essenciais para UTIs, e alguns construíram novos hospitais.

Mas os problemas e carências persistem. A Itália, por exemplo, pode precisar aumentar em 50% o número de anestesistas, especialistas em ressuscitação e outros médicos que vêm trabalhando em UTIs, de acordo com a Sociedade Italiana de Tratamento Intensivo (Siaarti).

Em toda a Europa, hospitais vêm retreinando cirurgiões, cardiologistas, clínicos gerais e enfermeiras e os transferindo para UTIs quando necessário.

A Comissão Europeia, o Executivo da União Europeia, financiou transferências de profissionais médicos para os países mais afetados no auge da crise do coronavírus. Em abril, equipes de "médicos voadores" foram enviadas da Noruega e da Romênia para a Itália.

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