Beirute - Os integrantes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) recuaram nesta segunda-feira na periferia do enclave curdo sírio de Kobani devido ao avanço das forças curdas, segundo informaram ativistas e um representante da cidade.

O vice-ministro de Relações Exteriores do governo autônomo de Kobani, Idris Nuaman, disse à Agência Efe por telefone que os extremistas recuaram em direção ao leste e ao sul da cidade, e que em alguns pontos já estão a cerca de dez quilômetros de distância.

"Há conflitos intensos em Shiran (sudeste), de onde os seguidores do EI estão tentando escapar, já que as forças curdas iniciaram um ataque por diferentes lados", informou Nuaman.

As informações foram confirmadas pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, que acrescentou que as Unidades de Proteção do Povo Curdo recuperaram o controle de 30 localidades dos arredores de Kobani na semana passada.

Na segunda-feira, os curdos expulsaram completamente os jihadistas do interior de Kobani, que mrecuaram para os arredores.

Desde então, os curdos continuaram a progredir em terra contra os radicais, enquanto a coalizão internacional, liderada pelos EUA, continuou bombardeando posições do EI na região simultaneamente.

Nas últimas horas, pelo menos dez membros do EI morreram em combates contra as forças curdas, segundo o Observatório, que acrescentou que as Unidades de Proteção do Povo Curdo destruíram um jipe dos extremistas.

A ofensiva do EI contra Kobani, situada no norte da província síria de Aleppo, começou no dia 16 de setembro de 2014. Nas primeiras semanas, os radicais avançaram rapidamente pela periferia da cidade, onde dominaram mais de cem povoados e aldeias, e conseguiram invadir a cidade.

No entanto, o progresso freou com a entrada no final de outubro dos peshmergas, forças do Curdistão do Iraque, que chegaram ao local para defender Kobani.

Os peshmergas chegaram com armas pesadas, o que, junto aos bombardeios da coalizão internacional, conseguiu mudar o equilíbrio de forças.

Kobani é um dos três principais enclaves curdos da Síria, junto a Afrin, em Aleppo, e Al Jazeera, na província de Al Hasaka (nordeste).