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Colômbia se surpreende por ONU propor mudanças em acordo de paz

Em uma carta, o chefe da Missão Especial da ONU propõe mudanças pelas dificuldades na implementação do acordo de paz as Farc

Acordo de paz: em outra carta, a chanceler colombiana e o Alto Comissariado para a Paz respondem ponto por ponto a cada uma das inquietações expressadas (John Vizcaino / Reuters)

Acordo de paz: em outra carta, a chanceler colombiana e o Alto Comissariado para a Paz respondem ponto por ponto a cada uma das inquietações expressadas (John Vizcaino / Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 13h49.

Bogotá - O governo colombiano manifestou nesta segunda-feira sua "surpresa" ao chefe da Missão Especial da ONU, Jean Arnault, por uma carta sua na qual propõe mudanças pelas dificuldades na implementação do acordo de paz assinado com as Farc.

Em uma carta enviada a Arnault, a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, e o Alto Comissariado para a Paz, Sergio Jaramillo, respondem ponto por ponto a cada uma das inquietações expressadas pela ONU à Comissão de Seguimento, Impulso e Verificação ao Acordo Final no último sábado.

A carta do governo lembra a Arnault que "há semanas estamos insistindo na importância de realizar uma reunião com a Missão da ONU (...) para revisar o cumprimento dos compromissos derivados do Acordo Final em matéria de cessação ao fogo e entrega de armas".

Na carta, divulgada no sábado, Arnault assegura que a construção dos acampamentos onde estão reunidos os membros das Farc, "incluindo os locais monitorados pela Missão onde o armamento será gradualmente armazenado, não estaria concluída antes do final de março, embora vários acampamentos possam estar prontos antes".

Por essa razão, o chefe da Missão Especial da ONU perguntou: "Estariam as partes de acordo com o reagendamento do início da recepção escalonada pela missão de armamento até essa data? Ou estariam dispostas a considerar outras opções de entrega gradual?".

Em sua reposta, o governo colombiano afirma que as principais dificuldades na construção dos 26 acampamentos onde já estão reunidos cerca de 6.900 guerrilheiros das Farc "foram superadas", apesar "das dificuldades logísticas" que se apresentam em uma operação dessa natureza em lugares remotos e de difícil acesso.

Quanto à falta de delimitação precisa dos acampamentos, outra inquietação colocada por Arnault, o governo se diz surpreso, pois "essa é uma tarefa do Mecanismo Tripartite, liderado pela Missão da ONU", que inclui representantes do governo e das Farc.

A carta lembra a Arnault que, "apesar das múltiplas solicitações" feitas à Comissão de Seguimento, "não recebemos ainda os nomes dos integrantes das Farc designados para trabalhos próprios do processo de paz".

Quanto à possibilidade de reagendar o início da entrega de armas por parte das Farc, o governo responde que tanto eles como a guerrilha "insistiram" que o prazo de 180 dias continua e que essa fase não está submetida ao estado dos acampamentos.

"Não parece razoável que a Missão sugira que só até o final de março estarão prontos os locais de armazenamento de armas", afirma a carta, que reitera a Arnault a urgência para que a Missão prepare os lugares onde o armamento será armazenado".

O governo colombiano afirma serem sem motivo as preocupações expressadas pela segurança jurídica, socioeconômica e física das Farc, e convida o chefe da Missão Especial da ONU para "realizar o mais breve possível uma reunião" no marco da Comissão de Seguimento, Impulso e Verificação ao Acordo Final.

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